“Bravo! Agora você está vacinado!”, diz placa de estímulo à imunização em Quebec

O primeiro-ministro da província de Quebec (cargo similar a governador da província canadense), François Legault, anunciou a criação de um imposto a ser cobrado das pessoas que ainda não se vacinaram, já que passaram a representar “uma carga enorme” para o sistema de saúde, alcançando até US$ 40 mil por paciente. Conforme Legault, 10% dos moradores da cidade não estão vacinados e significam atualmente 50% dos gastos com covid-19.

“Aqueles que se recusarem a receber suas primeiras doses nas próximas semanas terão que pagar uma contribuição de saúde”, declarou Legault. “A maioria pede que haja consequências. É uma questão de justiça para os 90% da população que fizeram alguns sacrifícios. Devemos isso a eles”, sublinhou.

O governo da província defende que não é justo que a maioria dos cidadãos arquem com as despesas de uma minoria que não deseja se imunizar. É a primeira vez que um governo estadual do Canadá anuncia uma penalidade financeira para pessoas que se recusam a se vacinar. Legault disse que o valor do imposto ainda não foi decidido, mas será “significativo”, não devendo ficar abaixo de 100 dólares canadenses (cerca de R$ 442).

Na semana passada, o ministro da Saúde de Quebec, Christian Dubé, anunciou que alguns comércios não essenciais deveriam ser proibidos para os não vacinados, como aqueles que vendem álcool ou maconha (legalizada no país). A partir de 18 de janeiro, apenas os portadores do passe de vacinação poderão ter acesso a essas lojas. Desde o final de dezembro, Quebec impôs novas medidas sanitárias para lidar com a onda de contaminação pela ômicron.

A contribuição de saúde obrigatória será decisiva para melhorar o combate à pandemia e a qualidade do atendimento, asseguram as autoridades, denunciando a “guerra psicológica” dos que resistem à medida.

Para enfrentar de imediato o alastramento da pandemia, um toque de recolher foi estabelecido das 22 às 5 horas da manhã e bares e restaurantes, além de clubes esportivos fecharam as portas até novo aviso.

Conforme as autoridades, a maior dificuldade tem sido encontrar pessoal médico. No mês passado, Quebec teve que permitir que, mesmo após testar positivo para o coronavírus, trabalhadores essenciais continuassem em seus postos, a fim de que a escassez não interrompesse os serviços.

Em Montreal, alguns hospitais tiveram até mesmo que adiar cirurgias para pessoas que sofrem de câncer ou problemas cardíacos. Na província, nesta terça-feira (11) mais de 2.700 pessoas foram hospitalizadas contaminadas pela Covid, 188 a mais do que no dia anterior.

O Canadá contabilizou mais casos de coronavírus nos últimos 40 dias do que em 2020. A província de Ontário teve que autorizar 300 profissionais de saúde com qualificações estrangeiras a trabalhar excepcionalmente em hospitais a fim de fazer frente à pressão sofrida pelo sistema de saúde.