Haryana, July 04 (ANI): A health worker collects swab sample for Covid-19 rapid antigen testing, at Community Centre, Bhim Nagar, in Gurugram on Saturday. (ANI Photo)

Um estudo recente, intitulado Early Cryptic Transmission and Evolution of SARS-CoV-2 in Human Hosts, (Transmissão e Evolução Iniciais do SARS-Cov-2 em Hospedeiros Humanos), prestes a ser publicado na importante revista médica The Lancet, avalia que o subcontinente indiano pode ser o lugar onde ocorreu a primeira transmissão do novo coronavírus de ser humano para ser humano, três ou quatro meses antes do surto em Wuhan.

“Wuhan é o lugar onde os primeiros casos de infecção foram registrados formalmente, mas isso não prova que o coronavírus tenha se originado em Wuhan”, declarou Zeng Guang, epidemiologista chefe do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, ao jornal Global Times, no domingo (29).

“Os estudos de todo o mundo sobre a origem do vírus, sejam eles da China, Índia, Europa ou outros lugares, ainda precisam de mais investigações e esforços de colaboração da comunidade internacional. É uma tarefa científica que precisa ser tratada com uma mente aberta “, enfatizou Zeng.

Estão sendo realizados vários estudos acadêmicos sobre a origem do novo coronavírus e funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS) contataram pesquisadores na Itália para investigar a origem do vírus e um estudo chinês apontou que a transmissão de pessoa para pessoa pode ter começado na Índia meses antes do surto em Wuhan.

Todos os países precisam dedicar esforços para rastrear a origem do vírus porque várias pesquisas assinalam que um novo coronavírus pode ter existido em vários lugares antes de ser detectado em Wuhan, observaram especialistas chineses ao Global Times, frisando que é chave não politizar as questões científicas ou culpar uns aos outros.

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto de Neurociência da Academia Chinesa de Ciências (CAS), da Universidade Fudan de Xangai e da Universidade do Texas em Houston.

Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, disse em entrevista coletiva, na sexta-feira (27), que a Organização tem trabalhado com cientistas de todo o mundo e que levará muito a sério todas as detecções na França, na Espanha, na Itália, e examinará cada uma delas.

Antes das descobertas do CAS, um estudo do Instituto Nacional do Câncer de Milão encontrou o novo coronavírus em amostras de sangue coletadas em outubro de 2019, e pesquisas anteriores conduzidas pela Universidade de Barcelona mostraram a presença do vírus em amostras de esgoto em Barcelona em março 2019.

Maria Van Kerkhove, epidemiologista norte-americana especialista em doenças infecciosas e chefe das unidades de doenças emergentes e zoonoses da OMS, disse que junto com esses pesquisadores farão mais estudos sobre essas amostras. “Seguimos a ciência, onde quer que a ciência nos leve em termos de novas investigações e estudos que precisam ser realizados.”

“Os estudos de pesquisadores chineses sugerem, assim como os especialistas da OMS apontaram, que o coronavírus pode ter se originado em vários lugares ao redor do mundo”, disse Wang Peiyu, vice-diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pequim.

No entanto, Wang disse que o artigo a ser publicado no Lancet é uma versão que ainda não passou pelo processo de revisão por outros especialistas. Isso pode significar que os resultados do estudo podem precisar de verificação adicional.

Os resultados de pesquisas anteriores na Itália e na Espanha são convincentes, disse, já que os dois países estão entre os mais afetados pela epidemia na Europa, e o sequenciamento genético de cepas de vírus na China compartilha uma grande semelhança com o da Europa.

Os esforços feitos por cientistas globais para encontrar a origem do vírus não devem ser vistos como um movimento para transferir a culpa para um ou outro, mas para fornecer conhecimento científico para a humanidade entender melhor a doença, o que também beneficiará a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas, disseram os pesquisadores chineses.

Wang Guangfa, especialista do sistema respiratório do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, que foi para Wuhan nos primeiros estágios do surto, insistiu que descobrir a origem do vírus não é uma questão política, mas científica.