Fila de containers forma necrotério ambulante no auge da crise em NYC -foto - New York Times

Já são 500 mil os mortos por Covid-19 no mundo, anunciou no domingo (28) o centro de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, enquanto o total de casos – pessoas infectadas – chegou a 10 milhões.

O Brasil é o segundo lugar em total de mortes pelo coronavírus, com 57 mil, só superado pelos EUA, com 125 mil. A seguir, Grã Bretanha (43,6 mil), Itália (34,7 mil), França (29,7 mil), Espanha (28,3 mil), México (26,3 mil) e Índia (16,1 mil). A China, onde primeiro foi detectada a Covid-19, tem 4,6 mil; Nova Zelândia, 22. Vietnã, zero.

Com pouco menos de 5% da população mundial, os EUA têm 25% dos mortos da Covid-19 no mundo inteiro e 25% do total de casos.

Por sua vez a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou novo recorde diário no número de novos casos confirmados da pandemia em todo o mundo – mais de 189 mil em 24 horas. O recorde anterior, há seis dias, era 183 mil casos.

O número de recuperados do coronavírus é de 5 milhões. Cerca de uma dúzia de potenciais vacinas Covid-19 estão em estágios iniciais de testes e poderão passar para testes em estágio final no final deste ano, se tudo correr bem.

1 MILHÃO DE CASOS EM UMA SEMANA

Revelador da gravidade da pandemia é o fato de que, nas duas últimas semanas consecutivas, o total de novos casos chegou a 1 milhão. Ao ser atingida em abril pela primeira vez a marca de 1 milhão, haviam transcorrido mais de três meses desde o primeiro caso confirmado de Covid-19.

Apenas dois países, EUA e Brasil, têm mais de 1 milhão de casos de Covid-19 confirmados, respectivamente 2,5 milhões e 1,3 milhão. A Rússia vem em terceiro, com 633 mil.

Esses números, apesar de seu impacto, subestimam bastante, segundo os especialistas, o verdadeiro alcance da pandemia. Recente análise dos Centros dos EUA para Controle de Doenças (CDC) estimou que, provavelmente, o número de casos no país é dez vezes maior do que o confirmado, podendo chegar a 20 milhões.

O Brasil voltou a ser recordista em novos casos confirmados no período de 24 horas, com mais de 46,8 mil, seguido pelos EUA, com mais de 44,4 mil. Aliás, nos últimos cinco dias consecutivos, os EUA superaram o recorde de novos casos no auge da Covid-19 de abril, quando os hospitais de Nova Iorque estavam à beira do colapso.

Índia e Brasil responderam por mais de um terço de todos os novos casos na última semana. O Brasil registrou um recorde de 54,7 mil novos casos em 19 de junho. Alguns pesquisadores disseram que o número de mortos na América Latina pode subir para mais de 380 mil até outubro, de cerca de 100 mil esta semana.

ÍNDIA CHEGA A 500 MIL CASOS

Na Índia, cidades densamente povoadas foram particularmente atingidas, como Nova Delhi e Mumbai. O país bateu recorde diário no sábado, com 18,5 mil novos casos e 385 mortes. O total de infecções superou os 500 mil.

Países como China, Nova Zelândia e Austrália, que haviam contido a pandemia, viveram episódios de novos surtos. A China impôs no domingo um bloqueio rigoroso a quase meio milhão de pessoas em uma região nos arredores de Pequim para conter um foco localizado.

Na Europa, a reabertura prossegue gradualmente, e Paris acaba de reabrir as visitas à Torre Eiffel. A retomada está em curso também na Espanha, Alemanha e Grã-Bretanha, em estágios diferenciados. Em Portugal, o governo decidiu voltar a decretar o isolamento nos arredores de Lisboa. Os países europeus anunciam a reabertura de fronteiras, exceto para turistas de países onde a pandemia está descontrolada, como EUA e Brasil.

CAI FALÁCIA DE TRUMP DE QUE “EUA TESTA MUITO”

Várias fontes desmoralizaram a alegação do presidente Trump de que o recrudescimento do número de infecções nos EUA se deve a que o país “testa mais que todo mundo”. Segundo o jornal britânico Independent, quando se compara o total de testes com a população, os EUA despencam para um modesto 14º lugar, atrás de Bahrein, Dinamarca, Rússia, Qatar, Portugal e até a Bielorrússia.

Na comparação, a Europa Ocidental – de população equivalente (328 milhões a 327 milhões) – apesar de os EUA terem feito 20% a mais de testes, têm 83% a mais de infectados (cerca de 1 milhão de casos de diferença).

11 estados dos EUA anunciaram medidas de reversão do fim do distanciamento social, como Texas e Flóorida, que determinaram que bares fechem novamente e restaurantes adotem restrições mais rígidas. Os dois estiveram entre os últimos estados a adotarem medidas de confinamento e os primeiros a reabrir. Nos últimos sete dias, 23% dos testes realizados no Arizona deram positivo, quase o triplo da média nacional.

O principal infectologista dos EUA, o Dr. Anthony Fauci, disse na sexta-feira que o país estava com um “problema sério”. Ele atribuiu o aumento recente de casos a que regiões “talvez tenham voltado a abrir um pouco cedo demais” e às pessoas que não seguem as orientações de distanciamento social. “As pessoas estão infectando outras pessoas e, finalmente, você infectará alguém vulnerável”, acrescentou.

Na mesma coletiva, a primeira da força-tarefa da Casa Branca sobre a pandemia em quase dois meses, o vice-presidente Mike Pence asseverou que a Covid-19 está “sob controle” e que os EUA estão muito “mais preparados” do que no início do ano.