Trabalhadores suspenderam greve até o dia 12 de outubro.

Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT-Correios) decidiram pela suspensão da greve, em assembleia realizada na noite desta terça-feira (17).
De acordo com os funcionários da empresa, a categoria, manterá, no entanto, o estado de greve até o próximo dia 2 de outubro, quando será julgado, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o pedido de Dissídio Coletivo (ação que tem por objetivo a resolução de impasses nas relações trabalhistas) acionado pela empresa.
A categoria reivindica reajuste salarial que reponha a inflação, a manutenção de direitos e repudia o plano do governo Bolsonaro de privatizar a ECT.
Em nota, a Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) disse que “ os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios demonstraram a força da categoria, lotando as assembleias em todas suas bases, decidindo coletivamente e de forma unânime em todo país pela aprovação de uma das maiores greves que a categoria já fez. Com essa gigantesca mobilização nacional e com a repercussão da greve, conseguiram fazer a direção dos Correios e Governo Federal recuarem da intransigência assumida nas negociações, mas ainda há muito a ser feito”.
Num momento de ataques ao movimento sindical perpetrados pelo governo Bolsonaro, a FENTECT reafirma a importância da organização sindical na luta pela manutenção e por avanços nos direitos trabalhistas.
“A unidade da categoria ecetista tem sido fundamental para a construção desta que é a maior greve da história recente dos trabalhadores dos Correios. A mobilização da categoria e a responsabilidade na condução da Campanha Salarial, com o cumprimento dos prazos e a busca do diálogo para aprovar um Acordo Coletivo que não admita retrocessos, reafirmam a importância de um movimento sindical forte e organizado”, ressalta.
GREVE NACIONAL
A greve teve início no último dia 10 de setembro após a empresa se retirar das negociações, sem garantir a manutenção do acordo coletivo vigente. Na quinta feira (12), as Federações (FENTECT e FINDECT) participaram da audiência de conciliação convocada pelo Tribunal Superior do Trabalho, após a ECT ingressar com o pedido de Dissídio Coletivo diante da mobilização da categoria em todo o país.
A Federação Interestadual dos Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) afirma em nota que “a negação da direção da ECT a negociar com a categoria só foi quebrada com a deflagração da greve, uma das maiores já realizadas pelos trabalhadores dos Correios em sua história”.
De acordo com as entidades, as Federações denunciam que a diretoria da empresa continua com a disposição de atacar as conquistas da categoria presente no último acordo coletivo, além de se negar a fazer a reposição inflacionária sobre os salários da categoria.
Já para o plano de saúde, uma das pautas da categoria, a empresa pretende aumentar a alíquota cobrada sobre os salários. Nos termos atuais, os trabalhadores devem pagar cerca de 3% a 7% do salário bruto por mês para ter o benefício do plano de saúde.
Com o impasse gerado, o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maurício Godinho Delgado apresentou uma proposta de prorrogação do atual Acordo Coletivo até a data do julgamento do dissídio, marcado para 02 de outubro.
As Federações reafirmam a importância de manutenção da mobilização da categoria em defesa dos Correios e contra a tentativa de retirada de direitos dos trabalhadores, nesse momento de ajuizamento das negociações, e reafirmam o estado de greve até o dia do julgamento do TST.