Greve da categoria durou 7 dias e empresa havia informado o corte do ponto.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os Correios paguem aos funcionários o período não trabalhado durante a greve da categoria, que durou sete dias.
No dia 13 (sexta-feira), antes do encerramento da greve, os trabalhadores foram notificados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de que os dias parados iriam ser descontados. A decisão do ministro do TST, Maurício Delgado, no entanto, baseou-se na disposição das federações e sindicatos representantes dos trabalhadores em negociar.
“Defiro o pedido de liminar para determinar que a EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS deixe de efetuar o desconto salarial relativo aos 7 dias de greve realizada neste mês de setembro, aguardando, para tanto, a decisão definitiva por esta Corte Superior, que resolverá todas as questões relacionadas à greve no julgamento do dissídio coletivo, já designado para o dia 02/10/2019, às 14:30 horas”, diz a decisão do ministro.
“A busca pelo diálogo partiu o tempo todo dos representantes da categoria. A empresa em momento algum se mostrou disposta a negociar e a ameaça de punição demonstra o autoritarismo da atual gestão à frente dos Correios”, afirma nota da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (FENTEC).
A FENTECT, juntamente com a FINDECT (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) conclamam a categoria a “se manter mobilizada, com realização de reuniões setoriais, atos nos estados, coleta de assinaturas para o abaixo-assinado contra a privatização, audiências públicas e debates com a sociedade para conscientização sobre a importância de manter o caráter público da ECT e modernizá-la para que preste serviços de qualidade ao povo brasileiro”.
No início de setembro, os Correios rejeitaram uma mediação do TST com a categoria. Os trabalhadores, então, entraram em estado de greve ainda na tentativa de algum acordo com a empresa. Diante da intransigência, a categoria iniciou a greve, que atingiu todo o território nacional. Após a suspensão da greve, no dia 17, os trabalhadores aguardam, mobilizados, o julgamento do Dissídio Coletivo pelo TST, no próximo dia 2 de outubro.