Correios: “Com privatização, municípios menores ficarão desassistidos”
Os trabalhadores dos Correios reforçaram a pressão contra o Projeto de Lei 591/21, que autoriza a privatização dos Correios. Neta terça-feira (20), a Câmara dos Deputados aprovou regime de urgência para a votação do projeto.
Com o regime de urgência, o projeto apresentado pelo Governo Federal é votado diretamente no plenário da Câmara, sem passar por comissões, inviabilizando discussões mais amplas sobre a natureza da proposta, que envolve uma das mais queridas e lucrativas estatais brasileiras.
Para a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) e sindicatos da categoria, “a luta agora tem que ser mais forte”.
“O projeto faz mudanças na legislação postal que entregam o setor para a farra do setor privado, que vai atuar para extrair o máximo lucro, abandonando a função social dos Correios, estatal 100% pública”, afirma a federação ao convocar a categoria para intensificar a luta para reverter a votação no plenário da Câmara, que poderá entrar na pauta na próxima sessão.
Segundo a entidade, “se todos os 90 mil ecetistas entrarem firmes na luta, cada um fazendo sua parte, é possível reverter essa votação e derrotar a iniciativa entreguista e privatista do governo e impedir a aprovação do PL 591/21”.
A federação argumenta que vários deputados são fortemente contrários ao projeto, denunciaram “o absurdo que é destruir e entregar para a iniciativa privada uma empresa estratégica para o país como os Correios”, e que isso reforça a necessidade da categoria fazer uma forte campanha junto aos parlamentares que votaram a favor da urgência para que mudem de posição.
“Vamos encher de mensagens os e-mails institucionais, os WhatsApps e demais redes sociais dos Deputados”, diz a entidade, que apresenta em seu site uma proposta de mensagem aos deputados para que a categoria se manifeste.
“Sem o Correio estatal, a maioria dos 5.570 municípios brasileiros ficarão desassistidos. Neles, o serviço não é autossustentável e a ECT usa parte do lucro das grandes cidades para atendê-los através do subsídio cruzado”, diz a carta.
Em outro trecho da mensagem a federação afirma: “O Correio público entrega com segurança e baixo custo em todas as cidades livros didáticos, provas do ENEM, vacinas, medicamentos, alimentos e urnas eletrônicas. Com o Banco Postal, faz girar as economias das cidades. Com seus preços baixos, ajuda pequenos, médios e grandes empresários a existir”.
E argumenta ainda que, “os Correios dão e sempre deram lucro; não dependem de recursos da União; são estratégicos para a segurança, soberania e a integração nacional; e podem fazer muito pelo seu povo na retomada do crescimento econômico”.