Pela primeira vez no mundo, os Estados Unidos superaram na sexta-feira a marca dos 2 mil mortos por dia por Covid-19, de acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins e agora, com 20.110 óbitos, ultrapassando a Itália, a até antes tristemente recordista mundial, e agora com 19.468.

Durante a semana, o país se aproximara dessa marca ao chegar em outros dois dias a 1939 mortos e 1979 mortos. Apenas a cidade de Nova Iorque, epicentro da pandemia nos EUA, já tem mais mortos do que a China inteira.

Com tantos cadáveres, a cidade teve de estacionar caminhões frigoríficos improvisados de necrotérios na porta dos hospitais e está enterrando em vala comum os mais desvalidos. Os guetos negros e latinos da cidade estão acossados pela pandemia, com essas minorias morrendo desproporcionalmente à sua parte na população.

Outras áreas muito atingidas pela pandemia são Detroit, Chicago, Miami, Nova Orleans e Los Angeles. A pandemia já chegou à capital, Washington.

Os EUA já são os recordistas em contágios, com mais de 500 mil casos, cerca de um terço de todos os casos no planeta. Total que é mais do dobro do segundo mais afetado, a Espanha, com 158 mil.

Outros países assolados pela pandemia com número elevado de mortos são a Espanha (16.081), França (13.197), Grã Bretanha (9.875) e Irã – este, sob as sanções genocidas dos EUA (4.357).

A China, onde foi detectado o primeiro caso em 31 de dezembro do ano passado, e que controlou a pandemia, após medidas extremamente rigorosas de quarentena e inclusive fechamento total da província de Hubei, tem 3.326 mortos.

O principal consultor científico da força-tarefa dos EUA contra o coronavírus, Dr. Anthony Fauci, voltou a insistir que é muito cedo para relaxar as medidas de restrição voltadas a conter a pandemia. “Agora não é hora de recuar [da quarentena]”, enfatizou.

Alerta reforçado pela OMS, que voltou a se pronunciar contra o encerramento prematuro das medidas de quarentena, que poderiam levar a uma segunda onda de contágios e mortes, que poria a perder o que se avançara na contenção da doença.

Apesar de terríveis números, os mortos anunciados pelas autoridades médicas no mundo inteiro ainda são subestimados, já que em boa parte dos países na prática só então sendo computados os falecidos nos hospitais, não sendo incluídos os que morrem em casa ou em abrigos de idosos.