Convenção oficializa a chapa Lula-Alckmin para a disputa das eleições
Em São Paulo, a Federação Brasil da Esperança formada por PT, PCdoB e PV aprovou a candidatura de Lula, que concorre pela sexta vez à presidência.
Em São Paulo, nesta quinta-feira (21), a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, oficializou em convenção a chapa Lula-Alckmin para as eleições de 2022. No ato também foi aprovada a coligação nacional PT-PCdoB-PV-PSB-Rede-PSOL-Solidariedade, denominada Vamos Juntos pelo Brasil. Antes da Federação, o PT realizou a sua convenção nacional.
Conforme explicou a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, por acordo entre os membros da coligação, o presidente Lula participará apenas da convenção do PSB, dia 29, em Brasília, quando Alckmin será confirmado pelo partido candidato à vice-presidência. Dessa forma, Lula e Alckmin não participaram da reunião.
No ato, Hoffman afirmou que a convenção foi importante para a construção da unidade do campo político progressista pensando em conter a escalada autoritária. A presidenta do PT indicou que o partido mantém contato com lideranças do MDB e do PSD e que a coligação formada deve buscar novas forças para ampliar a frente democrática.
“Delegamos à executiva nacional da coligação poderes para articular com outros partidos que possam querer integrar a nossa coligação”, afirmou.
União dos partidos
O vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, representou na convenção a presidente nacional do partido e atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que participa de atos com Lula e Alckmin em seu estado.
De acordo com Sorrentino, a Federação Brasil da Esperança, apesar de a convenção ser singela, tem enorme circunstância histórica e estratégica.
“A Federação é uma grande conquista democrática, na qual o PCdoB teve protagonismo e que aprimora o processo político-partidário. Além disso, a Federação tem o maior líder popular da história do Brasil como candidato, um dos maiores líderes populares do mundo que é o Lula, ombreado por Alckmin, mostrando que está se constituindo uma grande frente para tirar o país da crise, colocá-lo nos trilhos, garantir a soberania nacional, a democracia e os direitos do povo”, explicou o vice-presidente do PCdoB.
Em referência a coligação Vamos Juntos pelo Brasil, Walter indicou que esta reunião de forças mostra que ninguém subestima do desafio que o momento atual impõe.
“São sete partidos em em uma coligação para a construirmos 27 palanques amplos, mostrando que nenhum de nós, a começar de Lula, está subestimando a gravidade da situação nacional, o tamanho do buraco que Bolsonaro colocou o país, o tamanho do perigo que ele representa nessa marcha golpista que ele está promovendo ao longo desses últimos dias. Isto vem merecendo o rechaço da grande maioria dos brasileiros, sobretudo, da sociedade civil e das instituições democráticas. Por tudo isso, a convenção tem um significado especial”, completou Sorrentino.
Caminho democrático
Segundo o presidente nacional do PV, José Luiz Penna “ou a gente reúne os democratas de uma forma mais ampla para derrotar este projeto desconstrutivo de uma perspectiva de nação, ou vamos conviver com regimes autoritários, empobrecimento e isolamento internacional, então isso é o que nos une e isso é que é importante politicamente agora”.
Sobre o avanço do desmatamento na Amazônia, o ambientalista observou que no Brasil sob Bolsonaro “são oito árvores por segundo que estão derrubando na Amazônia, com o aval ou o silêncio criminoso no governo”.
Na avaliação do ex-deputado federal e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoino, “a união é fundamental para credenciar, legitimar e despertar na população brasileira o caminho democrático, popular e antineoliberal na derrota do inominável”.
No entanto, observa que a unidade tem que se materializar nas urnas e nas ruas: “temos que continuar com essa união mesmo depois das eleições através dos comitês populares”, completou o ex-deputado.
Bolsonaro e embaixadores
Sobre a reunião com embaixadores promovida por Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas, Penna e Genoino observam que a situação desmoraliza o país.
“Ele [Bolsonaro] levou pito até do embaixador dos Estados Unidos, mas ele faz isso para a gente falar dele, é uma técnica dele de comunicação”, indicou o presidente do PV.
“Aquilo foi uma declaração de desespero, uma vergonha política, uma ameaça à democracia. Temos que denunciar o golpismo, denunciar as aventuras golpistas, as ameaças e o clima de violência. Não podemos menosprezar essas ameaças porque quem está no poder tem força, tem 20 a 30% do eleitorado e nós não podemos deixar de denunciar e combater o golpismo”, advertiu Genoino.
(Por Murilo da Silva)