Cerca de 1,3 milhão de manifestantes voltaram às ruas de Paris e das principais cidades da França, na sexta-feira (14), para dizer não ao assalto à aposentadoria e exigir “Macron renuncia”.

0s 51 dias de mobilizações contra o presidente Emmanuel Macron coincidiram com a apresentação no Conselho de Ministros da sua proposta de reforma da Previdência, a principal bandeira do governo.

Conforme Philippe Martinez, secretário-geral da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), entidade que lidera os protestos desde o dia 5 de dezembro, “cada vez mais a mobilização joga um papel decisivo para barrar o retrocesso”. “Querem cortar os valores dos benefícios e aumentar para 64 anos a idade mínima para a aposentadoria integral, dois anos a mais do que está em vigor atualmente, o que é um completo acinte”, sublinhou. Além disso, alertou, são políticas neoliberais que buscam arrochar os valores unificando os diversos regimes diferentes de aposentadoria para um regime único.

Para Benoît Teste, secretário-geral da Federação dos Sindicatos do Ensino Superior (FSU), “mais do que nunca a hora é de ampliar o movimento e pressionar, pois o governo é teimoso”.

Numa das mais longas greves de sua história – que já se estende por mais de seis semanas – se multiplicam os bloqueios de portos e os cortes de energia.

Na empresa pública ferroviária francesa, a Société Nationale des Chemins de fer de France (SNCF) e na Empresa Pública Autônoma dos Transportes Parisienses (RATP), os trabalhadores – principalmente os maquinistas e condutores de trem – realizam uma greve por intermitência, alternando dias trabalhados, de repouso e de greve, sem poderem ser descontados. Entre outros locais turísticos que são cartão postal da capital, a Torre Eiffel fechou, porque parte de seus funcionários se somou aos protestos.

Analistas do IHS Markit declararam que é visível como o índice de atividade econômico francesa desacelerou em janeiro em comparação ao mês anterior, sendo esta “a menor taxa de expansão desde setembro do ano passado”.

Para a próxima quarta-feira, os principais sindicatos do setor público francês convocaram um novo dia de protestos, a fim de “fazer o governo recuar nas suas sombrias pretensões”.