Boeing 747 SuperTanker com capacidade para 150 mil litros de água chega ao país andino para auxiliar equipes locais

O combate aos graves incêndios florestais da região da Amazônia boliviana, que atingem cerca de 650 mil hectares ou 6.500 km2 (área equivalente a quatro vezes o município de São Paulo) passou a contar, a partir desta sexta-feira, com um “bombeiro gigante”: o Boeing 747 Supertanker.

Sem negar o problema, ao contrário de Bolsonaro, o presidente boliviano anunciou a dimensão do dano e a tomada de medidas para combatê-lo. Com capacidade de descarga duplicada, a aeronave contratada dos Estados Unidos pelo governo de Evo Morales tem condições de cobrir uma faixa de 50 metros de largura e cerca de cinco quilômetros de comprimento, podendo ser recarregada em cerca de 30 minutos.

Avião comercial adaptado, o Supertanker é capaz de transportar mais de 72 mil litros de água ou produto retardante (identificado pela sua cor vermelha) e já foi utilizado para missões similares no México e no Chile. Após o pagamento inicial de US$ 800 mil, a ação do superbombeiro começou pela região de Taperas, onde foram registrados três focos de incêndio, além de haver sido atingida uma central elétrica, como constatado pelos sobrevoos de reconhecimento.

A sede de Gabinete Emergencial Ambiental criado pelo governo boliviano está localizada no município de Roboré (entre as cidades de Corumbá e Santa Cruz de la Sierra), informou o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, destacando que “o trabalho vem sendo feito de maneira ordenada e planificada”, envolvendo mais de 2.500 servidores federais, estaduais e municipais. “O dado preocupante é que os incêndios estão concentrados próximo à reserva de Otuquis, uma região que vem sendo severamente afetada e que não compreende apenas território boliviano, como paraguaio e brasileiro. E de nada vai servir controlarmos aqui se não for feito o mesmo nos países vizinhos”, assinalou o ministro.

Além do avião gigante, as ações contam com o apoio de seis pequenas aeronaves, 126 veículos, 21 cisternas e oito ambulâncias nos 11 municípios afetados. O Ministério da Saúde enviou 500 quilos de medicamentos aos municípios atingidos e foram distribuídas 17 toneladas de ajuda humanitária para as pessoas prejudicadas.

O diretor de Gestão de Riscos do governo do estado de Santa Cruz, Juan Carlos Ibáñez, acrescentou que “os trabalhos para abastecer o avião bombeiro estão sincronizados”. “O abastecimento de água se fará a través de hidrantes e também de cisternas conectadas a piscinas que estarão instaladas próximas ao avião e com bombas de transporte”, frisou.