Contra desmonte, funcionários do Banco do Brasil param em todo o país
Funcionários do Banco do Brasil fazem paralisação de 24 horas nesta sexta-feira (29) contra o processo de reestruturação anunciado pelo banco público, que prevê o fechamento de 112 agências e 242 postos de atendimento e demissão de 5 mil funcionários. A mobilização foi decidida na última segunda-feira (25) em assembleia virtual que, segundo o sindicato, teve 89,7% de votos favoráveis.
Tanto os trabalhadores que estão indo às agências quanto os que estão em home office devem cruzar os braços. Neste último caso, a recomendação é deixar de bater o ponto.
Segundo Marianna Coelho, funcionária do Banco do Brasil e diretora do sindicato do Distrito Federal, “a forma de protesto é não produzir, é deixar o serviço de lado e aproveitar o tempo para discussão nos locais de trabalho e nas redes sociais sobre como reverter a reestruturação em curso e evitar o desmonte do banco público”.
“A hora é de luta. Quem está cansado, pare. Quem está com medo, pare. Quem tem pena dos clientes, pare. Quem tem raiva dos clientes, pare. Quem ame o banco, pare. Quem o odeia, pare”, conclamou o sindicalista Paulo Vinícius, bancário no DF.
Nas redes sociais, os funcionários fizeram um “tuitaço” postando as hashtags #BBParado e #MeuBBValeMais. “O Banco do Brasil dá lucro para o Brasil e vem tendo seu quadro de funcionários reduzido a cada ano. Quem perde é a população que fica sem atendimento”, postou um dos internautas.
“O Banco do Brasil vem traçando medidas trágicas com fechamento de agências importantes e reduzindo o quadro de funcionários que atendem à população. Precisamos denunciar o desmonte do nosso BB”, escreveu outra.
As cidades também tiveram atos presenciais nas portas das agências. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a paralisação aconteceu em todo o país, alcançando capitais e municípios do interior.
Entre as cidades do interior que registraram mobilização na manhã de hoje estão Lagoa Santa (MG), Catanduva (SP), Divinópolis (MG), Passo Fundo (RS), Rolante (RS), Parobé (RS), Igrejinha (RS), Campina Grande (PB), Blumenau (SC), Rio Grande (RS), Macaé (RJ), Dourados (MS), Umuarama (PR), Assis Chateaubriand (PR), Cruzeiro do Oeste (PR), Campos de Goytacazes (RJ), Paranavaí (PR), Taubaté (SP), Olinda (PE), Paulista (PE), Igarassu (PE), Arcoverde (PE), Gravatá PE), Vitória de Santo Antão (PE), Apucarana (PR), Borborema (SP). Uberaba (MG), Mogi das Cruzes (SP) e Juiz de Fora (MG), Assis (SP), Cândido Mota (SP), Paraguaçu Paulista (SP) e Palmital (SP), Alta Floresta (MT), Sinop (MT), Sorriso (MT), Lucas do Rio Verde (MT) e Pontes e Lacerda (MT).
De acordo com João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), na próxima semana a categoria avaliará a mobilização. “A Comissão de Empresa vai se reunir na próxima semana, junto com o Comando Nacional, para avaliarmos como foram os atos no Brasil inteiro. Vamos montar um novo calendário de lutas caso o banco não nos chamar para a negociação. Não descartamos a possibilidade de greve”, afirmou.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que as ações de reestruturação “buscam adequar a rede de agências ao aumento do comportamento digital de seus clientes e à necessidade de ampliar o atendimento especializado, especialmente o voltado ao agronegócio”. Afirmou, ainda, que “a adesão aos programas de desligamento incentivado oferecidos pelo BB é de caráter totalmente voluntário”.
Com informações do Portal CTB, Sindicado dos Bancários do DF e Contraf/CUT