A variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, bateu mais um recorde em julho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os números nesta terça-feira (10), a inflação acelerou 0,96% no mês passado – a mais alta para o mês desde 2002. O resultado vem depois de um crescimento de 0,52% em junho.

A energia elétrica foi mais uma vez a vilã da pressão nos preços. Mas não é o único custo que anda subindo: os alimentos e combustíveis, também produtos que deveriam ter preços administrados, elevaram a inflação a um patamar distante da meta do governo.

Com os resultados de julho, a inflação oficial do país atingiu a marca de 8,99% em 12 meses, a mais alta desde maio de 2016. No ano, o IPCA acumula alta de 4,76%.

A meta de inflação estipulada pelo governo é de 3,25% ao ano, podendo variar até um teto de 5,25%.

A pesquisa do IBGE informa que dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta nos preços em junho.

O grupo que compõe o item Habitação, pressionado pela conta de energia, teve a alta mais significativa: 3,1% na virada de um mês para o outro. A alta no custo de energia foi da ordem de 7,88% no mês, por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que teve reajuste de 52%.

O segundo maior aumento veio do grupo de Transportes, sensível especialmente ao preço da gasolina, que teve alta de 1,52% em julho, após ter subido 0,68% no mês anterior. No acumulado em 12 meses, os preços dos combustíveis aumentaram 41,2%. A maior variação ficou por conta do etanol, que acumula alta de 57,27%, enquanto a da gasolina ficou em 39,65%.

O preço dos alimentos também não ficou pra trás, com variação geral de 0,6% no mês. A alimentação no domicílio ficou 0,78% mais cara no mês, depois de já ter acelerado 0,33% em junho. A alta do tomate (+18,65%), frango em pedaços (+4,28%), leite longa vida (+3,71%) e das carnes (+0,77%) foram os destaques.

IPCA variação julho:

Alimentação e bebidas: 0,6%

Habitação: 3,1%

Artigos de residência: 0,78%

Vestuário: 0,53%

Transportes: 1,52%

Despesas pessoais: 0,45%

Educação: 0,18%

Comunicação: 0,12%