“Votação do Congresso priorizou o Peru sobre todos os interesses”, disse o presidente Castillo

O Congresso do Peru rejeitou nesta terça-feira (7) a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo por 76 a 46, com quatro abstenções. Esta foi a terceira tentativa da ultradireita de afastar o mandatário em apenas cinco meses de gestão.

O partido Peru Livre, de Pedro Castillo, afirmou que “rejeita veementemente a moção de vacância presidencial, promovida e impulsionada por setores fascistas do país, caracterizados por seus preconceitos militaristas, religiosos e totalitários”, tentativa que nada mais é do que “um golpe de Estado à democracia”.

Apesar de manifestarem divergências com o presidente, os 37 parlamentares do Peru Livre rejeitaram por unanimidade a manobra.

Novamente apresentada pelas bancadas da Força Popular, Avança País e Renovação Popular, a moção teria que obter 40% de apoio entre os parlamentares, o equivalente a 52 votos para que o trâmite seguisse adiante.

A oposição é capitaneada por Keiko Fujimori, candidata derrotada recentemente à Presidência, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão pela “prática sistemática e generalizada de esterilizações forçadas, torturas, execuções arbitrárias e desaparições”.

Condenando a armação, partidos progressistas e movimentos sociais pressionaram em frente ao Congresso, manifestando sua solidariedade ao presidente.

“Em nome do meu governo agradeço que a votação do Congresso priorizou o Peru sobre todos os interesses. Irmãos, demos fim às crises políticas e trabalhemos juntos para alcançar um Peru justo e solidário. O povo nos confiou seus desejos, não os decepcionemos”, afirmou Pedro Castillo.

Para a vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, “passado esse capítulo todas as forças políticas têm espaço para a crítica na democracia” e agora é hora de avançar. “Nunca abandonemos a possibilidade de construir consensos”, enfatizou.

A pandemia deixou o Peru por meses entre os países com maior número de mortes por milhão de habitantes, onde mais de 200 mil pessoas perderam a vida pela doença. O coronavírus forçou uma retração de 12,9% na economia em 2020, com a maioria dos peruanos forçada a atuar em trabalhos informais, fazendo com que índice de pobreza atinja a 40% da população.