Congresso do Conselho Mundial da Paz, no Vietnã, dá início a novo mandato
Terminou neste sábado (26), após seis dias de debates, a 22ª Assembleia do Conselho Mundial da Paz (CMP) no Vietnã. Durante uma semana, Hanói se tornou a “capital mundial da luta antiimperialista pela paz”, após 6 anos da realização da conferência anterior em São Luís (MA), no Brasil.
O Comitê de Paz do Vietnã, fundado em 1950 com o próprio líder revolucionário Ho Chi Minh como seu primeiro presidente, sediou a Assembléia Mundial do CMP de 23 a 24 de novembro e uma Conferência Internacional Antiimperialista em 25 de novembro.
A atual presidenta do Conselho, Socorro Gomes, considera a missão cumprida, ao transferir a Presidência do CMP para o indiano Pallab Sengupta, dirigente do Partido Comunista da Índia, após 14 anos de gestão no Conselho.
Ao longo desta tarefa, presente em cada continente e em diálogo com cada entidade membro e amiga do CMP, Socorro atuou garantindo uma representação de alto nível e com total dedicação à causa da paz. Ampliou as relações internacionais das organizações brasileiras representando-as com brilho e reconhecimento.
Socorro elogiou o importante papel do Vietnã no conselho e expressou sua crença de que o país fará mais contribuições para os movimentos globais pela paz. Ela disse que o Vietnã viveu guerras e conquistou vitórias, e o país está crescendo e se integrando fortemente ao mundo em paz e estabilidade.
“O Vietnã é uma fonte de inspiração e um bom amigo das nações que lutam pela independência, soberania e paz”, continuou ela.
Socorro sugeriu a nação do Sudeste Asiático compartilhar sua experiência na luta pela paz com outros membros do conselho, ajudando assim a fortalecer a solidariedade e a amizade, conscientizar as pessoas em todo o mundo sobre o valor da paz e promover a igualdade social, a justiça e o desenvolvimento.
Também transmite a forte determinação das forças progressistas e amantes da paz de dar as mãos para o desenvolvimento sustentável, intensificar os esforços para proteger o planeta e construir um bom futuro para as gerações futuras.
Os delegados concordaram em adotar uma Declaração Política que mostra uma mensagem de determinação para fortalecer a solidariedade e reunir as forças progressistas e amantes da paz do mundo para continuar lutando pela democracia, justiça social e desenvolvimento sustentável. Esta mensagem é significativa no contexto atual, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta riscos de guerras, desafios de segurança não tradicionais e degradação ambiental.
O comitê do CMP também se reuniu em Hanói, enquanto foram feitas visitas a locais históricos e outros monumentos do país. Houve relatórios separados com as organizações e autoridades do país, como a Frente Patriótica, o Ministério da Defesa e a União Vietnamita de Organizações de Amizade (VUFO). Os delegados se encontraram com o Presidente da República e a abertura da Assembleia do CMP contou com a presença do vice-presidente permanente da Assembleia Popular.
O presidente Nguyen Xuan Phuc e o presidente do Comitê Central da Frente Pátria do Vietnã, Do Van Chien, passaram algum tempo se reunindo e conversando com os delegados, enquanto o vice-presidente permanente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man, compareceu e fez um discurso na cerimônia de abertura.
Lideranças da paz
Além de Socorro, houve oportunidade para outras lideranças mundiais do movimento pela paz se manifestar. Foi o caso do próprio Vietnã, Palestina e Cuba.
Uong Chu Luu, Presidente do Comitê de Paz do Vietnã, exortou o Conselho Mundial da Paz a fortalecer iniciativas e atividades anti-guerra, prevenir conflitos e a corrida armamentista, exigir a eliminação de armas de destruição em massa, unir-se aos povos dos países que lutam pela paz, independência, democracia e progresso social, e promover o cumprimento do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
Aqel Mahmoud Ahmed Tugoz, coordenador do Comitê Palestino de Paz e Solidariedade, elogiou o desenvolvimento do Vietnã e sua crescente posição na arena internacional.
O fato de o Vietnã ter sediado a Conferência do Comitê Executivo do WPC em 2017 e a 22ª Assembleia este ano demonstrou vividamente as contribuições ativas do país e de seu Comitê de Paz, em particular para os movimentos globais de paz e o conselho, enfatizou o palestino.
Tugoz aproveitou a ocasião para expressar seu apreço pelo constante apoio do Vietnã à Palestina.
O presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), Fernando González Llort, afirmou que o falecido presidente Ho Chi Minh foi um exemplo comum e nobre.
Prestando homenagem em seu mausoléu em Hanói com outros delegados, Fernando disse que o líder vietnamita deixou uma marca na história moderna não apenas no Vietnã, mas também em todo o mundo, ao dedicar sua vida à causa da libertação da nação e do povo vietnamita, contribuindo para a luta comum das nações.
“A causa revolucionária e a luta pela libertação nacional do Vietnã sempre tiveram um papel muito importante na paz mundial”, enfatizou o cubano.
Esquerda mundial
O CMP, organização que lidera o movimento mundial pela paz, reúne 135 organizações de mais de 100 países. De um movimento anti-imperialista internacional de massas, após mais de 70 anos de desenvolvimento, tornou-se parte do movimento mundial pela paz, cooperando estreitamente com movimentos e países internacionais para promover a paz em todo o mundo.
Delegações de cerca de 100 movimentos de paz anti-imperialistas do mundo e várias organizações amigas convidadas foram recebidas no Vietnã. As organizações anti-imperialistas internacionais de Sindicatos (FSM), Juventude (WFDY), Mulheres (WIDF) e Advogados (IADL) também participaram. A Assembleia avaliou as ações do CMP nos últimos seis anos e definiu as prioridades para os próximos quatro anos, elegendo sua nova liderança.
O slogan da XXII Assembleia do CMP – “Fortalecemos a luta antiimperialista e a solidariedade por um mundo de paz e justiça social” – capta a necessidade e o peso que as organizações do CMP atribuem hoje à luta dos povos. Uma luta que ocorre num mundo dominado pelo imperialismo como sistema internacional, onde os povos se deparam com as guerras, a miséria e a injustiça social, ao mesmo tempo em que aumentam a cada dia os lucros dos monopólios e das corporações multinacionais.