Congresso confirma vitória de Biden depois de livrar-se de trumpistas
O Congresso norte-americano confirmou a vitória de Joe Biden e Kamala Harris na madrugada desta quinta-feira (7). A sessão foi retomada depois que um pelotão da Guarda Nacional veio apoiar a polícia de Washington para expulsar a turba de fascistas e supremacistas brancos que invadiram o parlamento no dia anterior, quando a sessão conjunta da Câmara e do Senado estava em andamento, forçando a sua interrupção.
A polícia informa que 4 pessoas morreram em meio aos distúrbios provocados pela arenga de Trump que conclamou o bando de vândalos que reunira a “marcharem ao Capitólio”. Trump agregou que a eleição na qual foi vencido, tanto na contagem direta por cerca de 8 milhões de votos como no Colégio Eleitoral, havia sido “roubada”.
Depois que a sessão foi retomada, coube ao líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, condenar o desvario de Trump naquele dia. Ele o responsabilizou por incitar os arruaceiros por “suas palavras, suas mentiras”.
“O Capitólio foi invadido por extremistas violentos, terroristas domésticos. Isso será uma mancha em nosso país, não tão fácil de limpar”, lamentou o senador.
“Este é o terrível e indelével legado do 45º presidente dos Estados Unidos, sem dúvida o pior”, declarou ainda Schumer.
O senador acrescentou que “esta violência tem grande parte da responsabilidade e vergonha do presidente e uma outra parte cabe a sua turba. Mas, o que aconteceu hoje, não teria acontecido sem ele, e suas mentiras”.
O líder republicano Mitch McConnell, declarou, sem mencionar Trump: “Eles tentaram arruinar nossa democracia. Eles falharam”.
Houve uma forte demanda por parte da maioria dos senadores e deputados para que respeitassem a conclusão do Colégio Eleitoral, dando a vitória a Biden e Harris por 306 a 232, conquista avalizada por governadores e juízes de diversos Estados, sem realizar mais questionamentos, à luz dos distúrbios daquele dia.
Quando a senadora da Geórgia, Kelly Loeffler, que acabara de perder para o candidato, agora senador democrata, o reverendo Raphael Warnock, retirou sua objeção sobre o resultado eleitoral de seu Estado, afirmando: “Eu pretendia objetar o resultado em meu Estado, mas depois do acontecido aqui hoje, minha consciência não o permite”, parecia que as coisas caminhariam neste sentido.
Porém, alguns outros parlamentares insistiram em questionar o resultado, o que fez com que a sessão se estendesse madrugada a dentro. Todas as objeções foram rejeitadas pela maioria dos senadores e deputados e o vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão, proclamou o resultado.
“O anúncio do estado da votação pelo presidente do Senado será considerado uma declaração suficiente para as pessoas eleitas presidente e vice-presidente dos Estados Unidos para o mandato que começa no dia 20 de janeiro de 2021 e será inscrito junto à lista de votos nos jornais do Senado e da Câmara dos Representantes”, disse Pence e encerrou a sessão. Eram 3:44 h desta quinta-feira.
Depois de ter sua agressão à democracia condenada nos EUA e por líderes em todo o mundo, Trump fingiu que orientava, via Twitter, seus seguidores a agirem “pacificamente” , mas insistia que a eleição havia sido “roubada”. O Twitter suspendeu a sua conta alertando que ele continuava a instigar a violência.