Superintendência da Receita Federal, em Brasília.

Em mais um ano sem o reajuste da tabela do Imposto de Renda, 15 milhões de pessoas que deveriam ser isentas do imposto deverão pagar o tributo em 2022. De acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), sem a correção da tabela, que foi promessa de campanha de Bolsonaro, todas as pessoas que têm salário superior a R$ 1.904 estão pagando injustamente o Imposto de Renda.

Mauro Silva, presidente da ANFIP, afirma que a não correção “nos leva à situação de muita injustiça, principalmente com a classe trabalhadora e a classe média. Todas as pessoas que têm salário superior a R$ 1.904 estão pagando IR. Se reajustássemos a tabela, trazendo toda a inflação desde 1996 e descontando os ajustes que já foram dados, teríamos que ter um reajuste de 134%. Então pessoas com salário de até R$ 4.400 estariam isentas”, declarou Mauro, em entrevista ao portal JP.

Perguntado pelo repórter se a pandemia não teria sido um impeditivo para a atualização da tabela, o presidente da ANFIP respondeu que “o problema do governo não tem sido a falta de recursos, mas sim o teto de gastos. Ele tem o recurso, mas não gasta. Então o reajuste da tabela não tem esse obstáculo de tirar mais recursos porque os recursos estão sobrando. A arrecadação bate recordes sucessivos. Essa é uma decisão política de promover esse alívio na classe média, que foi uma promessa de campanha e que toda a sociedade espera”.

Segundo o auditor da Receita, a promessa do governo Bolsonaro não foi cumprida e, ao não reajustar a tabela, ele promove anualmente o aumento de imposto. “Só no governo Bolsonaro deveria haver o reajuste de 24% da tabela e nem isso foi feito”, ressaltou.