Confiança da indústria recua em janeiro
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou em 60,9 pontos em janeiro contra 63,1 pontos em dezembro. Segundo a CNI, o crescimento se deve ao alto grau de incerteza na economia em meio ao crescimento da pandemia.
De acordo com o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca, o crescimento do contágio do coronavírus em importantes mercados da economia mundial, como a Europa e os Estados Unidos, além do Brasil, eleva o risco de retorno das medidas de ampliação do isolamento social, o que impactou o resultado.
O índice de confiança industrial varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos são considerados positivos. Para a pesquisa, foram ouvidas 1.286 empresas, sendo 491 de pequeno porte, 505 de médio porte e 290 de grande porte.
Indústria em crise
Vale lembrar que, recentemente, a Ford anunciou o fim de suas operações no Brasil após mais de 100 anos em atividade. A montadora fechará suas fábricas em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE), e, ao mesmo tempo, anunciou que manterá as plantas na Argentina e Uruguai, com previsão de investimento de US$ 580 milhões na Argentina para fabricar a nova geração da Ranger.
A Ford não foi a primeira indústria a anunciar a intenção de deixar o Brasil. Em dezembro do ano passado, a Mercedes Benz anunciou o fechamento de sua fábrica em Iracemópolis (SP) e, em setembro, a Sony já havia informado o fechamento de sua fábrica em Manaus.
A crise econômica oriunda da emergência sanitária influenciou as decisões dessas empresas, mas não foi o único fator envolvido. Em entrevista recente, o economista Marco Rocha, da Unicamp, falou sobre o processo de desindustrialização do país em razão de entraves estruturais.