Neste 17 de janeiro, a Conam completa 40 anos, forte, atuante, representativa, a Confederação Nacional das Associações de Moradores segue enraizada em todo Brasil, atuante e protagonista em diversos debates fundamentais para as comunidades e povo brasileiro.

Por Getúlio Vargas Júnior*

Presente em todos estados do Brasil, nestas 4 décadas a Conam marcou presença e ajudou a escrever capítulos de avanços, conquistas e também de resistência aos retrocessos. Nascida da resistência e da luta pela reabertura democrática a democracia sempre foi uma pauta central na luta comunitária.

A história da Conam foi construída por lideranças comunitárias e populares inseridas na vida de nosso povo, que conhecem e vivenciaram a formação de nossas cidades, da luta por saúde, moradia e direitos sociais.

É necessário agradecer por todas, todos e todes que de alguma maneira contribuíram na construção cotidiana da Conam: diretores, lideranças comunitárias, federações e entidade filiadas, entidades e militantes parceiros nesta construção de 4 décadas.

A Conam começa o ano dos seus 40 anos se preparando para o seu Congresso previsto para o primeiro semestre, com a defesa da democracia como sua pauta central. A Conam entende que é fundamental derrotar o projeto representado por Bolsonaro como condição para a retomada de um projeto de desenvolvimento do Brasil, alinhado com o financiamento das políticas sociais – com ao fim da EC 95/2016 – e reversão de antirreformas como a trabalhista e previdenciária.

O momento gravíssimo que o país vive reafirma a necessidade de articular e fortalecer a resistência e a mobilização das comunidades nas pautas nacionais, articuladas e ancoradas com as pautas locais. A fome, desemprego, falta de moradia, saúde, fragilidade das políticas sociais é o legado do bolsonarismo que enfrentamos cotidianamente em todo o Brasil.

A Conam tem buscando fazer sua parte neste cenário, marcando sua posição e buscando colaborar neste cenário de resistência. A entidade ocupa espaços importantes de articulação de políticas públicas e resistência no Conselho Nacional dos Direitos Humanos, no Conselho Nacional de Direitos da Mulher e recentemente teve seu diretor Fernando Pigatto reconduzido na presidência do Conselho Nacional de Saúde, pelo excelente trabalho desempenhado pelo CNS no enfrentamento da pandemia, na fiscalização e denúncias.

A Conam também compreende a necessidade de dialogar com sua base comunitária, mas ao mesmo tempo reforçar iniciativas dos movimentos sociais e populares, fortalecendo amplas frentes de resistência e acúmulo, como a Campanha Fora Bolsonaro e a Frente Brasil Popular. Também acompanhamos a Frente Pela Vida e a Direitos Valem Mais.

No campo urbano a Conam é um dos movimentos que constituem os Movimentos Populares Urbanos, tem integrado e fortalecido o Fórum Nacional de Reforma Urbana, a Campanha Despejo Zero e se encontra na organização do Encontro Pelo Direito a Cidade que acontecerá no primeiro semestre em 2022.

Temos buscado participar e fortalecer diversas iniciativas no campo da saúde, diretos humanos, educação e políticas sociais. Em âmbito internacional a Conam tem fortalecido a FCOC e Aliança Internacional de Habitantes, tem acompanhado e participado dos Fóruns Sociais Mundiais e Fóruns Temáticos.

A luta é árdua, os desafios são gigantescos, mas a Conam segue forte e firme, usando a criatividade para superar os obstáculos, articulando mais de 20 mil associações e centenas de federações na base, presente nas principais cidades do Brasil, atenta e atuante!

Viva os 40 anos da Conam! Viva a luta das comunidades do Brasil por seus direitos!

(Eu iria recontar um pouco da história da Conam, mas deixo um texto do jornalista e amigo André Cintra, que escreveu para o Vermelho pelos 36 anos da entidade)

 

*Getúlio Vargas Júnior é formado em Gestão Pública, militante do movimento comunitário e pela reforma urbana, atualmente é o Presidente da CONAM. Foi do Conselho das Cidades e atualmente do Conselho Nacional de Saúde. Membro do Comitê Central do PCdoB

 

(PL)