Comunistas demonstram preocupação diante de crise no Oriente Médio
Lideranças do PCdoB manifestaram preocupação pelas redes sociais diante da possibilidade de uma escalada de violência e mesmo de um novo conflito armado no Oriente Médio. A situação, que já era tensa entre os Estados Unidos e o Irã no ano passado, se agravou com a morte do general iraniano Qasem Soleimani em bombardeio americano ao Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, nesta quinta-feira (2). O militar era considerado por muitos como o segundo homem mais importante do Irã, depois do líder supremo, e o atentado foi autorizado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente, Hassan Rouhani, falaram em retaliação nesta sexta-feira (3). O bombardeio foi classificado como “ato terrorista” e “violação à soberania”.
A crise internacional pode ter fortes efeitos sobre o Brasil visto que o Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. O aumento do valor da commodity tem potencial para impactar o preço dos combustíveis por aqui – agravando o cenário atual, de disparada. Além disso, o país do Oriente Médio é grande importador de produtos brasileiros, especialmente commodities da agricultura, como milho e soja. A caso é ainda mais delicado pelo alinhamento praticamente automático do governo Bolsonaro com a Casa Branca. A situação põe o Brasil em uma posição complicada e na contramão da postura histórica de evitar entrar em conflitos no Oriente Médio.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, apelou pela a paz e disse torcer para que a “absurda ideologização da política externa brasileira” sob Bolsonaro “não nos coloque na direção equivocada”. Para o maranhense, o Brasil deveria ajudar a evitar a escalada de violência na região.
O clamor mais necessário na hora presente é PAZ. Brasil e demais países dos BRICS podem e devem ajudar a evitar escalada de violência. Espero que a absurda ideologização da política externa brasileira não nos coloque em direção equivocada.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) 3 de janeiro de 2020
A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), destacou que a crise entre Irã e Estados Unidos se reflete em todo o mundo.
O assassinato do numero
dois do Irã, Gal. Qasem Soleimani, vai se transformar numa grande e talvez irreparável dor de cabeça p o mentor do ataque, Donald Trump. Tensão à vista no Oriente Médio entre Washington e Teerã.
Ou pior, tensão à vista no mundo.— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) 3 de janeiro de 2020
Já o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) ressaltou que o ataque ao número dois do Irã relaciona-se, também, com a situação de Trump dentro dos EUA: sofre um processo de impeachment no Congresso e precisa fazer crescer sua popularidade para reeleger-se em 2020.
Orlando Silva comentou, ainda, sobre falta de governança do presidente brasileiro, que afirmou à imprensa na manhã desta sexta-feira (3) que pretende tratar da questão do preço dos combustíveis com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Porém, seus subordinados não o atenderam ao telefone, conforme o próprio presidente. O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) também condenou a falta de liderança de Bolsonaro.
Acoado por um processo de impeachment e com a reeleição ameaçada, Trump busca reafirmação com o ataque que assassinou Soleimani. Já vimos esse filme e o final não é feliz. A agressão ao Irã deve ser condenada. 2020 começa com riscos à paz mundial, que precisa ser preservada.
— Orlando Silva (@orlandosilva) 3 de janeiro de 2020
Uma crise internacional de imensa gravidade eclode, a repercussão política e econômica é imprevisível, mas Bolsonaro sequer consegue falar por telefone com seu ministro da Economia. Somos governados por amadores irresponsáveis.
— Orlando Silva (@orlandosilva) 3 de janeiro de 2020
Presidente da República, @jairbolsonaro , diz candidamente em entrevista que ligou para seu ministro da fazenda e para o presidente da Petrobras querendo tratar do aumento do preço dos combustíveis mas que eles não atenderam…
Tá sem moral até com subordinados…— Márcio Jerry (@marciojerry) 3 de janeiro de 2020
Jerry escreveu também sobre a gravidade do ataque de Trump contra militar iraniano.
Um país assassinar um líder militar de outro país é pura e gravemente uma declaração de guerra. @realDonaldTrump declarou guerra, portanto. Início do ano com mundo tenso e apreensivo.
— Márcio Jerry (@marciojerry) 3 de janeiro de 2020
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) utilizou as redes sociais para demonstrar preocupação coma situação no Oriente Médio. Ela destacou que esta “receita americana” de poder, que envolve criar guerras, é “velha”.
2020 começa com a violência justificada como morte “preventiva”. É a velha receita americana de poder: provocar guerras. https://t.co/C80VcRncGM
— Jandira Feghali (@jandira_feghali) 3 de janeiro de 2020