Diversas lideranças do PCdoB vieram a público nesta terça-feira (21) em defesa da liberdade de expressão e de imprensa e contra o uso do aparato de estado para perseguir o jornalista Glen Greenwald, do site The Intercept, que vem demonstrando os abusos cometidos pela Operação Lava Jato com a série de reportagens conhecidas como Vaza Jato, baseada em conversas entre autoridades.

Greenwald foi denunciado na operação Spoofing, que investiga invasão de celulares de autoridades. A denúncia do Ministério Público foi feita apesar do jornalista não ser investigado ou indiciado.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou nas redes sociais que trata-se de “caçada” ao jornalista e de que o fato representa uma “grave ameaça à liberdade de imprensa”.

Ela compartilhou o vídeo em que o próprio jornalista se defende das acusações e lembra que depois de extensa investigação, a Polícia Federal concluiu que não havia qualquer crime na conduta relativa aos dados que originaram a Vaza Jato. Para Greenwald, a denúncia é um ataque contra a imprensa livre e contra a PF e o STF – liminar do Supremo proibiu a continuidade de investigações contra o jornalista.

A ex-deputada federal Manuela d’Ávila prestou solidariedade ao jornalista do The Intercept.

No mesmo sentido, o deputado Orlando Silva protestou contra o ataque à liberdade de expressão e se solidarizou com o jornalista.

A deputada Perpétua Almeida, também denunciou o risco ao trabalho jornalístico diante deste precedente de perseguição aberto pela ação do procurador MPF. Ela compartilhou a nota da jornalista Mônica Bérgamo que salientou uma “coincidência”: o procurador que denunciou Greenwald é o mesmo que denunciou o Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por críticas contra o ministro da Justiça e ex-juiz Sérgio Moro.

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), jornalista, foi mais um a repudiar a atitude do procurador. Ao comentarista político John Cutrim, afirmou que “essa denúncia do MPF em Brasília não atinge só o Glenn Greenwald. Agride frontalmente a liberdade de imprensa. Mais um absurdo nesse enredo de abusos autoritários. Nosso repúdio!”.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que é professor de Direito e ex-juiz federal, destacou a dificuldade de sustentar juridicamente “uma ação penal contra direitos constitucionais atinentes ao sigilo de fonte no jornalismo e contra uma liminar do Supremo”. Ele criticou parecer “mais um terraplanismo jurídico, que está em moda nesses tempos de trevas”.