Comunistas condenam perseguição a Greewald e defendem imprensa livre
Diversas lideranças do PCdoB vieram a público nesta terça-feira (21) em defesa da liberdade de expressão e de imprensa e contra o uso do aparato de estado para perseguir o jornalista Glen Greenwald, do site The Intercept, que vem demonstrando os abusos cometidos pela Operação Lava Jato com a série de reportagens conhecidas como Vaza Jato, baseada em conversas entre autoridades.
Greenwald foi denunciado na operação Spoofing, que investiga invasão de celulares de autoridades. A denúncia do Ministério Público foi feita apesar do jornalista não ser investigado ou indiciado.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou nas redes sociais que trata-se de “caçada” ao jornalista e de que o fato representa uma “grave ameaça à liberdade de imprensa”.
ABSURDOS NA CAÇADA À JORNALISTA: Procurador do MPF ignorou relatório da Polícia Federal que descartava @ggreenwald como cúmplice das ações de hacker.
— Jandira Feghali (@jandira_feghali) 21 de janeiro de 2020
Sem ser investigado, Glenn é denunciado sob acusação de invadir celulares. GRAVE AMEAÇA À LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL!
— Jandira Feghali (@jandira_feghali) 21 de janeiro de 2020
Ela compartilhou o vídeo em que o próprio jornalista se defende das acusações e lembra que depois de extensa investigação, a Polícia Federal concluiu que não havia qualquer crime na conduta relativa aos dados que originaram a Vaza Jato. Para Greenwald, a denúncia é um ataque contra a imprensa livre e contra a PF e o STF – liminar do Supremo proibiu a continuidade de investigações contra o jornalista.
Sobre a notícia da denúncia do MPF: é um ataque a liberdade de imprensa, o STF, as conclusões da PF e a democracia brasileira.
Nos vamos defender uma imprensa livre. Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do estado nem pelo governo Bolsonaro. pic.twitter.com/bQ8smWw2sm
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) 21 de janeiro de 2020
A ex-deputada federal Manuela d’Ávila prestou solidariedade ao jornalista do The Intercept.
Minha total solidariedade ao jornalista @ggreenwald diante da denúncia do MPF. A Polícia Federal após longa investigação declarou que Glenn não cometeu nenhum crime e que agiu com muita cautela. Estamos diante de um forte ataque à liberdade de imprensa!
— Manuela (@ManuelaDavila) 21 de janeiro de 2020
No mesmo sentido, o deputado Orlando Silva protestou contra o ataque à liberdade de expressão e se solidarizou com o jornalista.
Um absurdo ataque à liberdade de expressão e à imprensa livre. @ggreenwald não cometeu nenhum crime, apenas fez jornalismo sério, o que derrubou as máscaras dos falsos heróis do lavajatismo e seus comparsas. Nossa solidariedade. https://t.co/tNiomn0Ztl
— Orlando Silva (@orlandosilva) 21 de janeiro de 2020
A deputada Perpétua Almeida, também denunciou o risco ao trabalho jornalístico diante deste precedente de perseguição aberto pela ação do procurador MPF. Ela compartilhou a nota da jornalista Mônica Bérgamo que salientou uma “coincidência”: o procurador que denunciou Greenwald é o mesmo que denunciou o Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por críticas contra o ministro da Justiça e ex-juiz Sérgio Moro.
Atenção, liberdade de imprensa em risco no Brasil! A ação do MPF contra @ggreenwald é criminalização do trabalho jornalístico. Sergio Moro, assim como membros do MPF e setores do judiciário, não aceitam q seus podres tenham sido expostos pela #VazaJato.
— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) 21 de janeiro de 2020
O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), jornalista, foi mais um a repudiar a atitude do procurador. Ao comentarista político John Cutrim, afirmou que “essa denúncia do MPF em Brasília não atinge só o Glenn Greenwald. Agride frontalmente a liberdade de imprensa. Mais um absurdo nesse enredo de abusos autoritários. Nosso repúdio!”.
Márcio Jerry repudia denúncia contra Glenn Greenwald: “mais um absurdo nesse enredo de abusos autoritários” https://t.co/zJxzgqcgFR
— Márcio Jerry (@marciojerry) 21 de janeiro de 2020
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que é professor de Direito e ex-juiz federal, destacou a dificuldade de sustentar juridicamente “uma ação penal contra direitos constitucionais atinentes ao sigilo de fonte no jornalismo e contra uma liminar do Supremo”. Ele criticou parecer “mais um terraplanismo jurídico, que está em moda nesses tempos de trevas”.