Como me tornei comunista…por Evandro Siqueira

Minha história com o partido vem antes mesmo do meu nascimento, que vim ter conhecimento depois de uns três anos de militância no PCdoB. Conto essa história mais à frente, aos 12 anos de idade. Em 1988, minha família morava em Company Torws (cidade operária) da empresa (CADAM – Caulim da Amazônia), onde meu pai, Nonato era operário (situada no Vale do Jarí – em Alemerim-PA, distrito de Munguba, “fronteira” com Vitória do Jarí-AP).

Em 1988, já em Macapá-AP, ingressei em um curso de teatro oferecido pela Escola tendo como instrutores o casal Andreia e Ray, logo depois entre num grupo de Teatro (Pôr do Sol) e através deste conhecei o Centro de Iniciação Teatral-CITE, dirigido por Amadeu Lobato, diretor do segundo maior espetáculo de arena na época, “Uma cruz para Jesus”.

No CITE conhecei as ideias de Bertolt Brecht, Stanley Lavinsky, Augusto Boal e Eugênio Kusnet, ou seja, a dialética marxista (até então não tinha conhecimento deste fato) aplicada no teatro.

Concomitante (já em 1990) sou chamado pela direção da escola (Grupo Amapá) a fundar e fazer partido do Grêmio em razão de um certo “prestígio” que tinha na escola em razão do teatro. Não sabia nada sobre grêmio, fundamos o grêmio e iniciamos com muitas atividades culturais, em 1991 já na sétima série, estudei com um militante da União da Juventude Socialista (UJS), Nauber Viana, o qual me apresentou a uma galera da UECSA (União dos Estudantes dos Cursos Secundários do Amapá) e a uns membros do PCdoB, Dinho Araújo, Washington Picanço, Lúcio Maciel, Almena Bonfim, Socorro Gomes e outros.

| Legenda: Delegação do Amapá ao 30º Congresso da UBES em novembro/1993. Evandro de camisa roxa da direita acima. O de boné Vermelho é Nauber Viana. Foto: Lucy Tavares (arquivo pessoal) |

Em que pese este primeiro contato, ficamos distantes muitos meses, mas fiquei mais empolgado com o Partido do que com a UJS. O Nauber me emprestava vários livros que li em menos de uma semana, lembro que o primeiro foi o Estratégia e Tática (Amazonas, Dimitri, Stalin e Lênin). Em 1992 foi o ápice, o Fora Collor foi algo extraordinário na minha vida, assim com toda a nossa geração.

Em 1993, minha participação do 30º Congresso da UBES em São Paulo, foi decisivo na filiação ao partido foi quando conhecei os camaradas do Pará, Alberto Saraiva e Josué Sales que aprofundaram durante a viagem de Belém a São Paulo o que era e o que queria o PCdoB, desde daí assinei ficha e continuo até hoje, 25 anos depois.

Como falei acima, minha história com o PCdoB vinha antes do meu nascimento, foi que em uma conferência estadual do Partido, meu pai, falou no plenário que havia sido filiado ao partido na década de 1960, que havia militado com Chaguinha, Montoril, Periquito e Joger Padeiro, que ajudaram a criar o primeiro sindicato do Amapá, o dos estivadores. E que se afastou em função da família que começou a constituir, e que a vida clandestina, estava custando cara a família.

O PCdoB completa 96 anos (25/03/18) lembro como hoje, da festa dos 70 anos que participei, tinha umas 5 pessoas, mas continha ali, a esperança de milhares de homens e mulheres. Esperança que carrego até agora de um mundo e um Brasil de igualdade, de justiça social, de democracia e soberania.

Viva o PCdoB!

Viva o Socialismo!

Viva João Amazonas!

*Evandro Freitas Siqueira é Graduado em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Superior do Amapá-CEAP (2003), Especialização em Perícia e Auditoria Ambiental pela Centro Universitário Internacional UNINTE (2015), Docência Nível Superior UNINTER (2015), Professor bolsista do Instituto Federal do Amapá-IFAP – Disciplina: Cenários Econômicos e Análise de Conjuntara, Professor Substituto Homologado Universidade Federal do Amapá-UNIFAP na disciplina: Economia aplicada ao Secretariado Executivo, Professor da Fundação Mauricio Grabois-FMG do Núcleo de Economia & Desenvolvimento, com vasta experiência em administração pública no que tange: licitação, gestão, processos e procedimentos, Atualmente servidor público como Economista da Prefeitura Municipal de Macapá-PMM. (Fonte: LATTES)