Com crise, saques da poupança superam depósitos em agosto
Os saques das cadernetas de poupança foram superiores aos depósitos ocorridos no mês agosto resultando num saldo negativo de R$ 5,467 bilhões. Os depósitos somaram R$ 295,902 bilhões em agosto, enquanto as retiradas de recursos totalizaram R$ 301,369 bilhões a nível nacional.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto deste ano, os saques superaram os depósitos resultando num acumulado negativo de R$ 15,629 bilhões no período. Os dados são do Banco Central do Brasil (BC), publicados na segunda-feira (6).
O comportamento das entradas e saída de dinheiro na poupança esteve muito ligada, este ano, como já ocorrera em 2020, ao Auxílio Emergencial. Nos meses de janeiro, fevereiro e março com o Auxílio Emergencial cortado em dezembro anterior, houve saldo negativo nos três meses, resultando em um saldo negativo de R$ 25,542 bilhões nos recursos da poupança.
Concorreram também para esses saldos os valores dos saques maiores no primeiro trimestre as despesas frequente do de início de ano como IPTU, IPVA, matrículas nas escolas particulares e materiais escolares.
Com a retomada do auxílio emergencial os meses de maio, junho e julho apresentaram com saldo positivos, mas que não se sustentaram, caindo em agosto com o saldo negativo assinalado refletindo a situação dramática das famílias brasileiras.
Acuadas por todos os lados, com a explosão da inflação, desemprego, pelas precariedade das atividades na informalidade, com queda generalizada da renda, com outras já “à beira do caminho”, com os 19 milhões de famintos.
São mais de 70% das famílias endividadas, vinte por centro delas com pagamentos atrasados e pior, a maioria “pendurada” no cartão de crédito, como uma faca apontada no peito pelos juros estratosférico praticados.
Em muitos caso, aquele cartão que você não pediu, mas que o banco enviou, que você relutou, mas que o banco apostou que sua necessidade numa hora, caindo numa armadilha, acabou por usar, muitas vezes sem outra opção de crédito.
O desempenho do PIB em menos 0,1% no segundo trimestre com o indicador do consumo das famílias derrubado a zero na comparação com o trimestre anterior, traduz também o que acontece na finanças das famílias.
Vale observar que o movimento entre entradas e saídas de agosto é na ordem de R$ 200 bilhões, valor algo em torno de 20% do total de R$ 1 trilhão, que é o saldo total dos recursos do sistema. Isso ocorre porque há um movimento de entrada e saída diária de dinheiro muito grande, com se fossem contas correntes.
No dia 6 de agosto, por exemplo, o saldo das contas de poupança foi de R$ 5.484.587 e no dia seguinte a conta já estava negativa em R$ 5.442.726. É muito dinheiro que entra, mas muito que sai também. Os saldos de cada mês, como os R$ 5, 467 bilhões de agosto, representam pouco em relação ao trilhão do sistema, que se mantém estagnado e portanto no final das contas, muita pouca poupança é efetivamente realizada.