Com consumo em queda, monitor do PIB/FGV recua 0,8% em maio
O nível da atividade econômica do Brasil recuou 0,8% na passagem de abril para maio, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados nesta segunda (18). Pesou no resultado, o consumo das famílias, que retraiu 2,1% no período analisado.
“Na atual conjuntura, a inflação e juros em patamares elevados reduzem o poder de compra das famílias. Isso se reflete no consumo de produtos menos essenciais, como é o caso de semiduráveis e de duráveis, que perderam força e retraíram em maio”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.
Além do consumo da família em queda, a indústria foi outro importante destaque negativo, já que o setor acumula recuo na produção industrial de -2,6% de janeiro a maio, segundo dados do IBGE.
O indicador da FGV registrou um crescimento de 1,6%, em maio comparado com abril, no índice de Formação bruta de capital fixo (FBCF), o investimento em bens de capital, máquinas, equipamentos e material de construção e outros. No entanto, na comparação interanual retraiu 2,0% no trimestre móvel findo em maio. “Nessa comparação, o componente de máquinas e equipamentos foi o único a apresentar queda (-6,9%), sendo o responsável pelo resultado negativo interanual da FBCF”, destacou Trece.
A exportação de bens e serviços apresentou retração de 7,6% em maio comparado com abril. O indicador da FGV também observou queda de 1,6% no lado da importação de bens e serviços no mesmo período.
O Monitor do PIB-FGV é considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que analisa de forma mais ampla a economia.
De acordo com os dados mais recentes do IBGE, os grandes setores da economia tiveram crescimento fraco no mês de maio. A produção industrial cresceu apenas 0,3% em maio, na comparação com abril. O volume de vendas do comércio varejista apresentou um crescimento quase nulo, de 0,1%, no mesmo intervalo de tempo. Já o setor de serviços variou 0,9%.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Brasil – que é medido pelo Banco Central), outra “prévia do PIB”, também apontou que a economia brasileira apresentou desempenho negativo em maio, queda de 0,11% na comparação com o mês anterior