As vendas no comércio varejista no país teve uma queda de 1,4% em junho frente a maio. Foi a segunda queda consecutiva do setor que amarga a queda na renda, a carestia e o desemprego elevado que campeiam no desgoverno Bolsonaro. Em dois meses, as vendas acumulam recuo de 0,8% na comparação com o mesmo bimestre do ano passado. O resultado de maio foi revisado de +0,1% para menos 0,4%.

Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o resultado de junho traz a maior variação negativa para o comércio desde dezembro do ano passado, Em doze meses, o setor acumula perda de 0,9%.

A retração no mês de junho, em comparação com maio, foi disseminada por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. As maiores quedas que influenciaram o resultado geral foram: tecidos, vestuário e calçados, -5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, -0,5%.

Os dois itens refletem o orçamento apertados das famílias que estão reduzindo a compra nos supermercados e de roupas, já que as contas básicas, como água, luz, e gás de cozinha estão consumindo grande parte do orçamento, além dos gastos com moradia e medicamentos que também estão nas alturas.

A única atividade que cresceu frente ao mês anterior foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%). “Nesse segmento, o aumento é ligado aos artigos farmacêuticos e reflete a alta nos preços dos medicamentos. Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras”, declarou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, divulgado pelo IBGE na terça-feira (9), a inflação continuou avançando sobre a alimentação dos brasileiros. No mês passado, a alimentação do domicílio subiu 1,74%. No acumulado de 12 meses, a alta é de 17,50%, no mesmo período o IPCA foi de 10,07%.

De acordo com a pesquisa, o setor de tecidos, vestuário e calçados, segue 9,9% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 2,3%. A média móvel recuou 1,0%. O acumulado no ano foi de 0,3% e o acumulado em 12 meses, de -0,8%.