Com 80 mil bolsas em risco, País pode ter apagão científico em 9 dias
O Brasil pode viver um verdadeiro apagão científico daqui a nove dias. Se nenhum recurso for liberado pelo governo para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, as cerca de 80 mil bolsas de pesquisa mantidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado à pasta, serão suspensas a partir de 6 de setembro – o quinto dia útil do próximo mês. É a data em que ocorre o pagamento da folha de pagamento de agosto.
“Após esse pagamento, se não houver recomposição orçamentária, não haverá mais recursos para pagamento das bolsas atualmente em curso”, afirmou o CNPq, nesta terça-feira (28), em nota. Nos últimos meses, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vem afirmando publicamente que só tem recursos para pagar os incentivos “até setembro” e que está pedindo uma liberação de verba do Ministério da Economia.
O CNPq é uma das principais agências de pesquisa científica e tecnológica do País, ofertando bolsas a alunos da educação básica, graduação, pós-graduação, recém-doutores e pesquisadores experientes no país e no exterior. Além disso, o conselho investe em projetos de pesquisa e nas ações de divulgação científica e tecnológica no país. Essas ações, no entanto, também estão prejudicadas.
Cerca de 300 eventos científicos que já haviam sido aprovados pelo CNPq tiveram o incentivo cancelado por falta de dinheiro. Na linha de eventos com foco mundial, 14 projetos tinham sido referendados e esperavam o recurso federal. Há também outras duas linhas, eventos nacionais e regionais, com projetos aprovados.
Uma outra chamada do mesmo edital, que estava na fase de análise das propostas, também foi cancelada. No total, o CNPq aportaria cerca de R$ 15 milhões em divulgação científica, nas mais diversas áreas, inclusive nas que o governo diz priorizar, como engenharia, medicina e tecnologia. Neste ano, a agência também cancelou a concessão de novas bolsas de pesquisa.
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Da redação.com informações
Edição: André Cintra