Milhares de pessoas se mobilizaram na Colômbia durante a terceira greve geral contra as medidas de caráter neoliberal que o governo de Iván Duque pretende aplicar. As manifestações maiores aconteceram em Bogotá, mas também se multiplicaram em muitas outras regiões do país, na quarta-feira.

Em uma tentativa de desmobilizar os trabalhadores, o governo convocou para uma reunião o Comitê Nacional de Greve, órgão que reúne os organizadores do protesto. Porém, o aceno só foi para ganhar tempo porque, apesar de que já conheciam as reivindicações, os representantes de Duque não aceitaram os 13 pontos que o Comitê apresentou. Por isso, a medida de força se fez sentir em toda a Colômbia.

“Convido os colombianos a que nos mobilizemos amplamente para mostrar ao governo que há outra opinião no país, que temos o direito de que se escute a outra Colômbia e que as mobilizações sejam pacíficas”, disse à agência Reuters o presidente da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), Diógenes Orjuela.

“O Esquadrão é um braço da polícia que surgiu há cerca de 20 anos. Na Colômbia, foram treinados para a truculência. Têm vários crimes de Estado nas costas, fundamentalmente várias mortes de estudantes universitários. Os agentes usam armas que não estão permitidas na contenção de protestos. Mataram o jovem Dilan com uma espécie de bomba de fragmentação contendo diversas pequenas balas. O Esquadrão Móvel Antimotim, Esmad, é uma força anacrônica que a direita utiliza porque não quer que as pessoas lutem nas ruas. Por isso um dos novos pedidos dos que convocam as manifestações é a dissolução do Esmad”, afirmou Juan David Sánchez, que é ativista, dirigente do Partido Aliança Verde e vereador do município de Cajicá, ao norte de Bogotá, em entrevista ao jornal argentino, Página 12..

As entidades membro do Comitê também condenaram uma reforma tributária que reduz os impostos às multinacionais e grandes empresas e rechaçam os planos para aumentar a idade para aceder à aposentadoria, assim como o pagamento de salários menores que o mínimo aos jovens, medidas que Duque, embora encaminha, diz que não é para agora.

Nas primeiras horas da greve, as autoridades informaram que milhares de pessoas participavam pacificamente nas marchas, apesar a alguns bloqueios de ruas em cidades capitais dos estados.

Cinco pessoas foram mortas nos protestos que se juntaram a manifestações em outros países da América Latina como Equador, Bolívia e Chile.

O presidente da CUT anunciou que na quinta-feira continuarão as conversações com o governo para buscar um acordo, enquanto os protestos estão mantidos