Revolta dos trabalhadores colombianos derruba "reforma" anti-trabalhador

Após quatro massivas jornadas de marchas, panelaços e paralisações, o presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou em cadeia nacional neste domingo a retirada do projeto de reforma tributária que ampliava o arrocho sobre os contribuintes para beneficiar as transnacionais e o sistema financeiro. Conforme os números oficiais, até o momento a brutalidade da repressão havia deixado seis mortos e centenas de feridos. Os movimentos sociais denunciam que o número de vítimas fatais é maior.

Pelas medidas governamentais produtos essenciais que até aqui têm como imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 0 a 5%, passariam a pagar 19%, elevando de elevação de 39% para 43% os produtos da cesta básica que se tornassem sujeitos à taxação. Os camponeses também seriam sobrecarregados com aumento do IVA sobre defensivos e outros insumos agrícolas, tornando mais cara a produção rural e elevando o preço dos alimentos.

O pacote pretendia ainda ampliar a quantidade dos que pagam imposto sobre o salário. Três milhões a mais entrariam para tributar. O governo baixaria a base tributária, ampliando a quantidade dos que pagam. O valor de cobrança seria reduzido de 4.200.000 para 2.500.000 pesos colombianos para 4.200.000 pesos colombianos [US$1.125 para US$ 670]. O pacote previa, em uma segunda etapa, no final de 2022, que a base para a cobrança de impostos dos trabalhadores penalizasse os que ganhassem salários de até 1.500.000 pesos (US$ 450 dólares mensais), asfixiando ainda mais trabalhadores.

A pandemia atingiu forte a economia colombiana. Durante 2020 o desemprego aumentou 5%, conforme os dados oficiais, alcançando os 15,9%, enquanto a pobreza está em 38,9%, segundo dados da CEPAL e 50% na avaliação das consultorias locais.