Collor, que caiu por impeachment, conforta Bolsonaro em suas agruras
Jair Bolsonaro foi se queixar ao ex-presidente Fernando Collor de Mello (PROS-AL), impeachmado em 1992, dizendo que está enfrentando desafios no governo e que precisa ter “couro grosso” para governar.
Os dois trocaram elogios, na quinta-feira (28), durante evento de inauguração de uma ponte da BR-101, que liga as cidades de Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL). Collor participou e discursou na cerimônia, assim como ministros do governo.
“É uma honra, é uma missão e sabemos, presidente Collor, que a missão é espinhenta. E o político bem sabe que, para enfrentar desafios, ele tem que ter couro grosso”, disse Jair Bolsonaro.
Collor consolou Bolsonaro e disse que é preciso mantê-lo no cargo “até o último dia”.
“O Brasil precisa de união. União de todos os brasileiros em torno do presidente eleito democraticamente pelo voto popular para cumprir um mandato de quatro anos, a quem cabe nós garantir que esse mandato seja cumprido até o seu último dia sem que nenhum sobressalto possa advir daí”, continuou.
“Agora mesmo, o presidente vem enfrentando uma tempestade. Uma tempestade em função do nada. De algo criado do nada”, disse Collor, referindo-se às críticas que o governo Bolsonaro vem recebendo pelas compras de alimentos que alcançaram R$ 1,8 bilhão em 2020, 20% maior que em 2019.
“Isso é uma chuva e quem tem o capote que o senhor não tem que ter receio dessa chuva e dessa tempestade”, disse Collor.
Foram gastos pelo governo, por exemplo, R$ 15 milhões em leite condensado, R$ 2 milhões em chicletes e R$ 37 milhões em pizza e refrigerante.
Quando foi questionado sobre os gastos, Jair Bolsonaro disse que era para “enfiar no rabo de jornalista”.