Registro do fim do encontro com parte do coletivo, público, proprietário e funcionários do bar 92 Graus

O Coletivo das Culturas, formado pelos partidos da Federação Brasil da Esperança, PCdoB, PT e PV, lançou sua pré-candidatura coletiva no último sábado (04), numa noite repleta de arte, cultura e política. O palco do bar 92 Graus foi tomado por diversas apresentações no primeiro encontro público do Coletivo, que pretende destacar a Cultura como setor relevante da economia e de fortalecer as identidades culturais paranaenses na Assembleia Legislativa do Paraná.

Entre os vários shows e performances, as membras e membros do coletivo apresentaram algumas das pautas que o grupo acredita serem de fundamental importância para o desenvolvimento dessa grande área que abrange as artes (música, artesanato, teatro, literatura, circo, dança, audiovisual, artes visuais)e também as culturas populares e o patrimônio material e imaterial.

Muito se fala no Paraná sobre cultura, mas o que predomina em termos políticos é o baixo investimento e a descontinuidade de ações a cada governo. É preciso avançar, buscar direitos a todos, todas e todes que são parte dessa grande teia a nos entrelaçar, que é a cultura! E elevar a um nível de maior importância as vivências, os territórios e as lutas daqueles e daquelas que dão a vida na construção de um espaço nesta grande teia.

No Coletivo das Culturas, também prevalece a luta unida entre indígenas e quilombolas no Paraná.

Foto: Otavio Zucon.O coletivo também traz à centralidade dos debates sobre cultura um ponto fundamental: visibilizar e valorizar as populações indígenas e quilombolas no Paraná. As lutas contra o preconceito racial e pelos direitos culturais e territoriais desses povos encontram forte eco no Coletivo das Culturas com a presença ativa de duas grande mulheres: Camila Mīg Sá e Silmara Xavier (foto: Otavio Zucon).

Camila é etnocomunicadora e pesquisadora, indígena kaingang da aldeia Kakané Porã, de Curitiba. Uma jovem liderança cuja força e inteligência se colocam a serviço das prementes demandas dos povos originários do Paraná.

Silmara é presidenta da Comunidade Quilombola Família Xavier, de Arapoti-PR, liderança de destaque que realiza um potente trabalho de mobilização dos quilombos paranaenses a partir da valorização de seus referenciais culturais e direitos territoriais. Juntas, fortalecerão as demandas das culturas populares e dos artesãos e artesãs no futuro mandato.

Foto: Otavio Zucon.Outro integrante que reforça o time é Jacob Cachinga (foto:Otavio Zucon), pré-candidato angolano, Mestre em bioética pela PUC-PR, dançarino e membro fundador do Coral Vozes de Angola. É um participante ativo que pautará os debates sobre a transversalidade das artes e culturas e também as questões ligadas aos direitos das pessoas com deficiência. Jacob, que é cego, tem uma expressiva trajetória no campo da inclusão e acessibilidade através de ações como o projeto “Dançar sem ver”, que ensina dança a pessoas cegas.

Foto: Otavio Zucon.O coletivo tem como cabeça de chapa Angelo Stroparo (foto: Otavio Zucon). Curitibano residente em Piraquara desde 2014, tem 46 anos, é jornalista, músico (baixista e guitarrista), artesão e produtor cultural. Pai de cinco filhos (Rebeca, João Lucas, José Augusto, Mariana e Giordano Antonio), nos últimos sete anos, em Piraquara, foi gestor em uma cooperativa de agricultura familiar e economia solidária, diretor de cultura na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, conselheiro de meio ambiente (Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMUMA), conselheiro de turismo e agricultura (Conselho Municipal de Turismo e Agricultura – COATUR), conselheiro e presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais – CMPC. Nessa última atividade, participou de todo processo de operacionalização e desenvolvimento dos editais do inciso lll da Lei Aldir Blanc (Piraquara fez o repasse de 98% dos recursos ainda em 2020, enquanto o estado repassou apenas 15%, no mesmo período).

Em 2013, escreveu o romance de não ficção ainda inédito “Os cães calam e o demônio passa: a jornada assassina de Anacleto Vargem”. Foi colaborador no portal de jornalismo cultural “A Escotilha”, tendo uma coluna semanal sobre música e história chamada “Vitrola”. Atuou em vários projetos musicais desde 1992, e foi fundador, baixista, compositor e vocalista na banda Macumbaria, vencedora do Festival Kaisersounds, em 2009, além de participações nas bandas Ferryboat, Gretchen Cadillac e Contrafuego. Angelo traz a campo a importância de um mandato que pressione o poder executivo a aportar mais recursos ao setor cultural, o retorno ao estatuto de Secretaria exclusiva para a pasta e que se ampliem as ações artístico-culturais e se criem aparelhos públicos especialmente na Região Metropolitana de Curitiba e interior do estado.

Também compõem o Coletivo das Culturas: Getulio Guerra é arte-finalista, produtor cultural e terapeuta holístico; Otavio Zucon (Bob) é historiador, video documentarista, professor e discotecário; Diego Carvalho é ator, coordenador estadual da União de Negros e Negras pela Igualdade do Paraná Unegro-PR) e secretário do Mobilizações da UNALGBT do Paraná; Leonardo Francescho é ator, arte-educador e produtor cultural.


Foto: Douglas Fróis

Da esquerda para direita: Leonardo Ferreschi; Angelo Stroparo; Otavio Zucon; Jacob Cachinga; Getulio Guerra, Silmara Xavier, Camila Mīg Sá e Diego Carvalho.

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