Vontade popular acatada e Colégio Eleitoral elege Biden

Em reuniões em cada um dos 50 estados dos EUA, o Colégio Eleitoral acaba de confirmar nesta segunda-feira (14) a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump para a presidência do país, com 306 votos de delegados computados para o democrata.

Trump ficou com 232 votos no Colégio Eleitoral. Na votação popular, Biden superou o bilionário por mais de 7 milhões de votos, na eleição de maior comparecimento em um século.

Na sexta-feira, a Suprema Corte havia rechaçado o acintoso pedido de cassação dos votos de quatro estados que definiram a eleição em favor de Biden, para afanar a eleição para Trump.

Ao longo de 41 dias, Trump se recusou a reconhecer a derrota, tumultuou a vida política do país, difundiu uma narrativa mentirosa de que teria ganhado “de lavada” nos “votos legais”, e teve seus pleitos para surrupiar a vitória de Biden recusados tribunal após tribunal, no país inteiro.

Tentou ainda, cassar os votos de três cidades com enorme peso de população negra, Detroit, Atlanta e Filadélfia, o que fez um juiz dizer em sua sentença que o pedido “cheirava a racismo”.

No final de semana, supremacistas brancos, racistas, neonazistas e outros desclassificados foram até Washington chorar a derrota de seu ídolo, Trump.

Adeptos do mau perdedor também andaram fazendo ameaças aos delegados do Colégio Eleitoral que, no caso do Arizona, inclusive se reuniu em local não anunciado.

Na votação popular, Biden conquistou 81.282.896 votos, ou 51,6% do total, a maior votação da história do país. Por sua vez, Trump ficou com 74.222.484 votos (46,8%).

Na derrota de Trump, tiveram papel crucial sua incompetência e negacionismo diante da pandemia, assim como o levante nacional contra o racismo, após o brutal assassinato do negro George Floyd por um policial.

No dia da confirmação da derrota de Trump pelo Colégio Eleitoral, os EUA registraram a tenebrosa marca de 300 mil mortos pela Covid – são mais vidas de norte-americanos perdidas para o coronavírus, do que os que tombaram na II Guerra Mundial.

Biden fará um discurso de confirmação da vitória na noite de segunda-feira, que teve trechos já divulgados pela equipe de transição. “Nós, o povo, votamos. A fé nas nossas instituições manteve-se. A integridade das nossas eleições permanece intacta”, dirá o eleito.

Biden assinalará ainda que “nada – nem mesmo a pandemia ou um abuso de poder -” pode extinguir “a chama da democracia”.

Os votos por escrito dos delegados do Colégio Eleitoral de cada estado serão a seguir enviados para o Congresso dos EUA.

Em 6 de janeiro, após a Câmara dos Representantes tomar posse, os envelopes vão ser abertos e as cédulas contadas para confirmação final. A posse de Biden e de sua vice, Kamala Harris, está marcada para o dia 20 de janeiro de 2021.