CNO se reúne com Região Norte para tratar sobre o 15º Congresso
Com objetivo de tratar a realização das etapas das conferências municipais e estaduais no âmbito do 15º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Comissão Nacional de Organização (CNO), esteve reunida na última sexta-feira (10), por videoconferência, com dirigentes do partido nos estados que compreendem a região Norte do Brasil.
Participaram da reunião, pelo estado de Amazonas, o presidente estadual Eron Bezerra, que é membro da direção nacional do PCdoB; Pelo Pará, participaram, o presidente estadual, Jorge Panzera (também compõe a direção nacional), o secretário estadual de Organização, Aroldo Carneiro e Márcia Pinheiro da Comissão de Organização do Pará; por Roraima, participou a presidenta do PCdoB de Roraima, Tatiane Cassiano; e por Rondônia, esteve presente Francisco Batista (Pantera), presidente do partido em Rondônia; do Amapá, participou o presidente do comitê municipal do PCdoB de Macapá, Evandro Siqueira.
O secretário nacional de Organização, Fábio Tokarski explicou que apesar de realizar reuniões dos integrantes da CNO com os estados, vão ocorrer ao longo do processo congressual, reuniões com caráter “mais setorizadas” com o objetivo de acompanhar, com mais detalhes, como anda o processo de construção das conferências nos estados e nos municípios.
Faltando um mês para a plenária final do congresso, esclareceu Fábio, esses encontros têm a finalidade de “passar em revista, orientar, tratar de realizar um bom congresso”.
O dirigente lembrou que o país vive um momento de grave situação e neste contexto que se realiza o congresso partidário. “Estamos realizando esse processo de congresso que é diferente dos congressos anteriores, mesmo sendo ordinário, estamos vivenciando um momento que tem suas singularidades, além de um governo de extrema-direita, estamos ainda vivendo em um contexto de pandemia”, afirmou.
Para Fábio, um dos objetivos centrais neste processo congressual é alcançar a militância. “Daqui a cinco semanas teremos a Plenária final do Congresso. Mas há um grande espaço, ainda há tempo de estimular, de mobilizar”.
Atualização da linha de massas e a questão da Comunicação
O dirigente lembrou que a atualização da linha de massas e a questão da Comunicação são temas em discussão no Congresso, mas na mobilização do Congresso se percebe a necessidade de inclusão da militância digital. Fábio destacou ainda a questão do recadastramento digital para participar do processo congressual. “Temos que estar nos meios digitais”, ressaltou o dirigente, e isso “se resulta na estruturação partidária”.
Fábio informou que alguns estados tem apresentado dificuldades que não são passíveis de resolução imediata, mas, segundo o dirigente, a norma congressual permite que onde não for possível fazer esse cadastramento digital, é possível fazer anotação, esclareceu Fábio. “É possível fazer uma ata e as anotação daqueles que participaram desse processo. Não podemos excluir ninguém desse processo de mobilização”, completou.
O dirigente informou ainda e que é preciso estimular que as emendas ocorram em cada estado, lembrando que cabe emendas nas etapas estaduais. “Os temas estão no projeto de resolução não caberá emenda no plenário”. Para o dirigente, é importante fazer esse alerta.
Ele explicou que as emendas ao Projeto de Resolução que chegarem na etapa final, aprovadas ou não, vão constar no relatório na direção que vai se reunir entre os dias 9 e 10 de outubro e vai tratar essa questão, para aprovar ou não, disse Fábio. “Estamos alertando no sentido de estimular a abordagem da questão, outra questão importante é o estímulo à Tribuna de Debates”, lembrou o dirigente.
Revitalização partidária e a eleição de novas direções
No sentido de destacar um tema fundamental do congresso, Fábio Tokarski destacou que é preciso tratar da revitalização partidária juntamente com a eleição de novas direções.
Estamos vivenciando um momento de renovação das direções municipais, estaduais e nacionais essa questão dialoga com a revitalização partidária, na medida que o projeto de resolução aponta isso que ‘é preciso renovar as direções, mais jovens, mais mulheres, mais trabalhadores’. É fácil falar, mas fazer, praticar, aí que se dá um nó”, concordou o dirigente.
Neste quesito, o secretário nacional de Organização explicou que não são apropriadas as medidas de se colocar mais pessoas na direção e ir ampliando o número de membros, se tornando inviável, um comitê com um número elevado de integrantes.
Para isso, Fábio orienta que é preciso renovar a direção conversando com cada um dos membros. “Se fizer um debate apropriado com os quadros para que eles entendam que já estão a mais tempo na direção e que é preciso abrir espaço para a ocupação e presença efetiva de mulheres, trabalhadores e jovens no ambiente de direção”.
Fábio também chamou atenção da “necessidade de se ter bases em locais estratégicos. Para isso, é preciso ter quadro liderando. Tudo isso prepara o nosso projeto para 2022. Um partido com mais musculatura, vai ser capaz de enfrentar, de tocar para frente. E neste quesito, a questão de revitalizar é fundamental”.
O dirigente recordou que “não é momento de expansão, mas de abrir o partido para a entrada de mais gente, o nosso partido é muito admirado, na história e na estratégia. É preciso filiar gente, olhando para o projeto de 2022, trazendo lideranças, ressaltou.
Como que anda o processo de construção das conferências nos estados e nos municípios?
Para Fábio Tokarski, essa reunião setorial serviria para responder essas questões. Portanto, participaram desta reunião os responsáveis estaduais e os dirigentes nacionais que acompanham os estados, como os secretários nacionais, Adalberto Monteiro (Comunicação) e Neide Freitas (Planejamento) e o coordenador do Departamento de Quadros, Carlos (Patinhas). Membros da direção nacional, José Américo (Meco) e Edson França, que acompanham estados desta região também participaram.
Para o Fábio Tokarski, “essas reuniões servem para ouvir e saber como está a realização do processo de congresso, nas capitais e nos estados, as dificuldades e as potencialidades, sabendo que esse é um congresso num momento muito difícil, mas a gente quer alcançar o partido real”, disse.
Estado do Amazonas
Eron Bezerra abriu os informes dos dirigentes tratando de boas notícias, segundo ele, o PCdoB no Amazonas tem superado os desafios. “Essa é a nossa luta”, disse e começou contanto a experiência que tem dado certo no estado.
Segundo Eron, é importante ter em mente qual o ponto de partida, e assim, concretizar três ações, a primeira é escolher o responsável pela aquela área, seja o estadual, municipal ou de Organização de Base. “Primeiramente tem que indicar uma pessoa responsável, depois qual é a meta, e terceira, acompanhamento, controle e os ajustes necessários”, explicou.
O dirigente do Amazonas contou ainda que realiza uma reunião semanal com o secretariado e por área. “A vantagem do sistema on line é que nos permite fazer isso, reunir semanalmente e fazer o controle, das áreas e também fazer a discussão política, e é assim que tem funcionado aqui. Eron expôs ainda que as dificuldades que tem no Amazonas é que são oposição não só ao governo federal, mas também no âmbito estadual e municipal. “Somos oposição federal, estadual e em muitos municípios. Mas conseguimos, com criatividade e evidentemente, contanto com abnegação de vários camaradas”, disse. Contando, o exemplo, da conferência que ocorreu em São Gabriel da Cachoeira, fronteira com a Colômbia, que foi acompanhada pela pró-reitora do estado, Selma. E também em Santa Isabel do Rio Negro, região indígena, que foi acompanhada pelo atual da presidente da CTB do estado”.
Ele disse ainda sobre o agravamento da pandemia pela Covid-19 no estado, causada por irresponsabilidades governamentais. “Perdemos mais de 15 dirigentes aqui na pandemia, e não foi só pela doença, mas por falta de oxigênio”, contou.
Se tratando da organização partidária e o processo congressual, o dirigente do Amazonas disse que “é preciso nos impor uma meta e concretiza-la”. Para ele, “é preciso revitalizar o partido até porque eu parto da premissa, que nenhum partido, tem a visão estratégica do PCdoB”, disse, explicando que o debate bipolar não interessa para o PCdoB e também não vai tirar o Brasil dessa crise política. “Isso é limitado, é pequeno, e temos que apresentar uma alternativa mais de fundo, e essa alternativa é a construção do partido revolucionário como o PCdoB”, completou.
Roraima
Tatiane Cassiano, presidenta do PCdoB de Roraima, saudou o encontro e o processo de reunir dirigentes da região Norte. Comentou sobre as dificuldades que se passam no local, levantou a preocupação em resolver os problemas administrativos dos comitês para poder dar credibilidade nos municípios, falou da resolução sobre prestações de contas dos comitês, entre outros assuntos. Segundo ela, “conversamos com alguns camaradas para reorganizar o partido em alguns municípios e também no âmbito estadual. Estamos tentando resolver as problemáticas aqui”, disse.
A dirigente de Roraima disse que existe muitas desigualdades políticas na região Norte e que Roraima difere muito das condições do estado do Amazonas. Segundo ela, o bolsonarimo na região é exagerado, e com isso, o anticomunismo também. A questão da migração também é relevante neste contexto, pois, em Roraima, sendo fronteira da Venezuela, é algo muito comum, as dificuldades vão desde o trato político quanto da administração”, ponderou.
Pará
O secretário estadual de Organização do PCdoB-Pará, Aroldo Carneiro informou que o processo congressual está ocorrendo, com a meta de realização de conferências em 40 cidades. Segundo ele, até agora ocorreram 15 conferências municipais e agora nestes dois últimos finais de semana, estamos finalizando, intensificando para finalizar o processo de conferências nas cidades com possibilidades de realização, como na capital, Belém, na região metropolitana, nos municípios com mais de 200 mil eleitores e lugares que temos secretários municipais, explicou Aroldo.
“Nós também estamos em pleno debate de construção de uma direção estadual com os camaradas que tem uma atuação no âmbito da estruturação partidária, do movimento social, sindical, que participam do movimento de massas do PCdoB e com vistas no institucional, na construção do projeto eleitoral 2022”, informou.
“Intensificamos o processo de balanço das atividades que foram desenvolvidas nos últimos dois anos e têm boas perspectivas, contou, flui no processo de unidade com alguns desafios”. De acordo com o dirigente, o estadual segue o processo de orientação do Comitê Central, na busca por lideranças e formação de quadros”, disse Aroldo.
“Estamos a duas semanas da conferência estadual e seguimos essa orientação com muita unidade tendendo a fazer um evento misto, com possibilidade de fazermos a conferência presencial, observando a evolução no decorrer dessas duas semanas, com boas perspectivas”, ressaltou o dirigente do Pará.
Rondônia
O presidente do PCdoB de Rondônia, Pantera, também contou que o estado vive hoje uma realidade política muito parecida com Roraima -na questão da grande quantidade de bolsonaristas – que fazem parte da elite de Rondônia.
O dirigente descreveu que o estado vive do agronegócio e um grande fluxo de imigrantes, local marcado em violência do campo, e por ser um estado novo [anos 1980), tem uma elite ainda em formação, estado com característica próprias, que se desenvolveu pela exploração e extração de suas riquezas naturais como os garimpos, de ouro e de diamantes.
Rondônia ainda cresce, é um estado com economia pujante, contou Pantera, tem um grande rebanho bovino, muitos frigoríficos com comércio internacional. “Essas elites que dominam o estado hoje tem um certo vínculo com o bolsonarismo, com o trato religioso, muitos evangélicos e com forte vinculação com o crime organizado, com o tráfico de drogas. E é neste contexto que o PCdoB existe, explicou.
O Partido teve início de sua atuação nos anos de 1990. Mas já tivemos quadros eleitos como um vice-prefeito, vereadores e até deputado estadual, lembrou. “De certa forma tem espaço na esquerda”.
Com relação a realização das conferências no estado, Pantera registrou que irão realizar a etapa em cinco municípios que tem comitês definitivos, como Porto Velho, Nova União, Ji-Paraná, Ariquemes e Mirante da Serra, onde temos um vereador, descreveu.
“Acredito que vamos recadastrar e participar entre 100 e 120 filiados no processo no estado. Devemos realizar conferências em mais dois municípios que estamos construindo direção como em Ouro Preto e Candeias. Estamos atentos à revitalização do Partido no estado, estamos acompanhando e compreendo essa linha política. Vamos voltar as nossas lideranças para as bases, inclusive, contou Pantera que depois de vários anos dirigindo o comitê estadual voltará para a sua base sindical. “A nossa perspectiva partidária é boa”, resumiu.
Acompanhamento
Membro da direção nacional do PCdoB, Edson França – que acompanha a direção estadual de Rondônia – complementou as informações. Segundo o dirigente, a direção local vem de um processo longo de ‘esgarçamento’ da unidade, desde a última conferência. “Temos um grande desafio, o trabalho da transição está em curso. Estamos vendo a melhor indicação para presidir o partido, temos figuras bastante importante”, computou.
Um ponto positivo, segundo Edson, é a atuação das lideranças locais no movimento sindical. “As principais lideranças são do movimento sindical e isso é muito positivo. Estamos fazendo o trabalho de juventude, com o máximo de efetividade, é um desafio. Precisamos trazer lideranças dos setores e de frentes para coloca-las em funcionamento. O movimento social precisa estar ativo com esse vínculo com o povo. Vai ser importante os movimentos sociais com instrumentos para essa organização, apresentou o dirigente nacional.
“Iniciei processos de diálogos com camaradas em Rondônia com esse sentido”, explicou Edson, “dizendo que tem uma certa preocupação, mas uma preocupação com otimismo”, disse, “pois são quadros que tem comprometimento com o Partido”.
Edson ressaltou o potencial de crescimento do partido, segundo ele, para ajudar na capilaridade de pessoas para se unir ao partido no estado. Protagonismo que iniciamos com o Samuel [Costa] que foi candidato a prefeito de Porto Velho.
“As dificuldades não são maiores do que as potencialidades do Partido e a experiência de vitória e de êxito também que o Partido tem registrado lá”, ressaltou Edson, dizendo que se deve investir na organização no estado e que há possibilidade de êxitos em candidaturas”, completou.
Amapá
O presidente do PCdoB de Macapá (AP), Evandro Siqueira, também fez uso da palavra e explicou que a meta inicial na capital era de reunir 500 pessoas, mas as dificuldades materiais e de compromisso com a inclusão digital dos camaradas estão apontando uma grande dificuldade.
Segundo seu relato, há um descompasso entre os camaradas, quando cruza os dados no PCdoB Digital. Segundo Evandro, será preciso mudar a meta para algo mais real.
“A nossa meta de 500 recadastrados ainda está longe. Mas a estratégia de conversar pessoalmente, fazendo visitas, pois, passando mensagens não conseguimos ter um retorno positivo. Para ele, há uma “certa resistência da inclusão digital”.
Porém, segundo informações do dirigente, na capital, Amapá, o Comitê Municipal deve ter uma renovação de mais de 30% dos membros, estamos discutindo a composição e vamos ter uma composição grande de camaradas da juventude, vamos ter renovação, contou.
Revitalização das direções e linha de massas renovada
O coordenador do Departamento de Quadros do PCdoB, Patinhas , destacou a questão da revitalização da legenda no processo congressual. Ele disse que compreende o capítulo quarto da resolução que trata da revitalização do partido como que “não existe um modelo para ser adotado em todos os estados, depende do nível de amadurecimento do partido em cada estado”, ponderou.
Segundo Patinhas, é preciso uma linha de massa renovada, para adquirir uma base de massa, organizada, mobilizada pelo partido, que lute por reivindicações de cada área, mas com objetivos políticos pensando no futuro. Para ele, além de uma base de massa renovada é preciso dar um salto qualitativo na comunicação digital, estruturar o partido junto ao povo”.
“Organizações de base, comitês municipais, comitês estaduais, a partir dos problemas e do nível do partido em cada estado, cada um com suas particularidades”.
Estamos com uma pauta concreta: formação das novas direções. Então essa revitalização do partido depende da formação das novas direções e são as novas direções que vão conduzir esse processo.
O dirigente defendeu que é preciso haver um processo permanente de revitalizar o Partido para enfrentar novos desafios políticos. Eu vejo que esses critérios nossos devem prevalecer. É preciso ter renovação e inovação de funções, ponderou Patinhas, e “temos que ver como trabalhar bem esses critérios, para que permaneçam quadros antigos e quadros novos”, salientou.
Patinhas lembrou: “Somos um partido de construção de novas gerações. E ao mesmo tempo alternância de funções, nós precisamos dar uma mexida nas direções, nas comissões executivas, para serem mais operativas”.
Encaminhamentos finais
Fábio Tokarski destacou que o ambiente de processo deste 15º Congresso é bastante diferente dos congressos anteriores, mas que, segundo ele, “é preciso mobilizar neste processo, o partido real”. Porém, é preciso existir essa mobilização, exemplificou Fábio, “é dizer, olha, o país precisa de você e o PCdoB precisa destes quadros. São pequenas coisas, pequenos gestos, que são importantes, chamar os filiados que estão à margem, estes que são os nossos diamantes que precisamos procurar, dar um pequeno estímulo, e o processo de congresso desperta as pessoas a participarem, ressaltou o dirigente.
Além de acertar na política, é indispensável comunicar essa política, temos que acertar na comunicação e essa é uma deficiência nossa, está melhorando, mas há um caminho imenso. Cada base tem que ter sua capacidade de comunicação, no território, nas relações, ponderou Fábio.
Para o dirigente, é preciso atualizar a linha de massa, pois a sociedade mudou, o mundo do trabalho sofreu alternância e há uma multiplicidade de organizações. É preciso estar atento, destacou Fábio. “Tem que acertar na política, na comunicação, na linha de massas – adequada àquele território – e organicidade. (…) A ideia de fechar esse ciclo. Cumprir um ciclo por completo. “Se não tem base, não é suficiente a política. Além de acertar, é preciso ter sagacidade, interpretar a tática, é indispensável”, completou.
Reuniões setoriais
A próxima reunião setorial acontecerá nesta terça-feira (14) com os estados da região Centro-Oeste, participam dirigentes do DF, GO, MT, MS e TO. Na próxima quinta-feira (16), uma parte da região Nordeste se reúne com a CNO às 10 horas com os estados MA, PE, RN. Ainda no dia 16, quinta-feira às 15 horas, a reunião setorial é com os estados de MG, RJ e RS.
Na sexta-feira (17), é a vez da segunda rodada com estados do Nordeste PI, CE, AL, AC.
Agenda
14/09 – às 15h:
DF, GO, MT, MS, TO
16/09 às 10h:
MA, PE, RN
16/09 às 15h:
MG, RJ, RS
17/09 às 10h:
PI, CE,AL,AC