A Comissão Nacional de Organização (CNO) do PCdoB se reuniu – virtualmente – na manhã desta quarta-feira (9) para avaliar o atual estágio do processo eleitoral pelo país — a partir dos relatos dos dirigentes — e o contexto em que ele se desenvolve, além de debater ações para assegurar o funcionamento do partido e a mobilização da militância visando o pleito deste ano, mas também os desafios de 2022.

A CNO é composta por 29 membros, integrantes das secretarias de Formação, Organização, Planejamento, Finanças e Comunicação e do Departamento Nacional de Quadros, tendo como frentes de atuação as áreas de juventude, mulheres, movimentos sociais e sindical.

A atuação da Comissão tem como foco os princípios da estruturação partidária, cuja meta é fortalecer a ação sinérgica e integrada de todos os seus membros e as respectivas direções nos estados.

Na abertura do encontro, o secretário nacional de Organização, Fábio Tokarski ressaltou: “É indispensável, para ter bom resultado em 2020, que tenhamos um bom funcionamento do partido e da mobilização como um corpo vivo”.

Ao tratar do contexto atual, o dirigente explicou que “o Brasil é governado pela extrema direita, um fenômeno que se coloca muito além do governo. Há um ambiente que contamina não apenas as instituições, mas também o engajamento de uma faixa da população: o núcleo bolsonarista gira em torno de 10% a 12% e há cerca de 30% dos aderentes e simpáticos ao governo”.Fábio falou também sobre o aumento de apoio da população ao presidente, que contraditoriamente se deu no ambiente dramático da pandemia. Ele apontou, como elementos para explicar tal desempenho, a mudança de tática de Bolsonaro após a prisão de Fabrício Queiroz, quando o presidente passou a adotar uma postura mais contida; a busca por aliança com o centrão e a influência direta do auxílio emergencial sobre a vida de mais de 60 milhões de beneficiados e seus familiares. “Em 25 unidades da federação, tem mais gente recebendo o auxílio do que com carteira assinada — exceção do Distrito Federal e Santa Catarina”, apontou.

Considerando este cenário, Fábio salientou: “não podemos confundir os simpáticos com os  bolsonaristas. É preciso compreender esse fenômeno: há o núcleo, os aderentes e os simpáticos”, ou seja, é possível ampliar o diálogo com boa parte deste público a partir da argumentação política, mostrando a real situação do país.

Outra questão que influencia o quadro eleitoral de 2020 é o fato de que este é o primeiro pleito com chapa própria e com financiamento público. “E sabemos que o fundo eleitoral é insuficiente para as necessidades e expectativas atuais”, ou seja, a estruturação partidária e o envolvimento de amigos, simpatizantes, filiados e militantes se tornam ainda mais estratégicos para a superação destes obstáculos.