Em Kiev restaurantes e mercados permanecem amplamente frequentados

A CNN registrou na segunda-feira (14) que entre a população ucraniana a imensa maioria não leva a sério todo esse alarmismo de Washington sobre “invasão russa iminente”.

“A ideia de que uma invasão russa pode ser “iminente” parece quase absurda nas ruas da capital ucraniana – uma movimentada cidade europeia onde as pessoas estão cuidando de seus negócios. O sistema de transporte público continua ocupado, as lojas estão bem abastecidas e abertas e os restaurantes ainda estão convidando os hóspedes”, sublinhou a CNN.

Chega a ser cômico que a CNN, aliás, um dos principais megafones, no mundo inteiro, da “invasão russa iminente”, depois de fazer a suposição de que o “pensamento de uma guerra em potencial” estaria na cabeça dos ucranianos “há oito anos”, acrescente que agora, está ficando “um pouco mais real”.

À emissora, o historiador Taras Samchuk, 32 anos, disse que não acredita que haverá um ataque, mas que por precaução ele e sua esposa também estão hospedando sua irmã por alguns dias.

“Apenas no caso de algo acontecer. É difícil percorrer até 15 quilômetros na cidade”, disse ele.

Seus pais, nascidos e criados durante a era soviética, não acham necessário, e dizem que “nada vai acontecer, não tenha medo”.

Miroslava Grigorieva, 53, disse à CNN que “o que vemos na mídia é tudo político e não quero internalizar, então não estou ouvindo”. “Um ucraniano médio e um russo médio, todos nós queremos paz, todos querem paz… Queremos respeito mútuo e poder nos comunicar normalmente.”

Enquanto isso, Andriy Krachevskiy, de 20 anos, se disse preocupado sobre como as tensões podem afetar o quadro econômico da Ucrânia, mas acrescentou estar convencido de que não haverá uma guerra. “Não nos próximos meses, com certeza”, disse ele.

Seus pais moram perto de Mariupol, no Donbass, uma região agora parcialmente controlada pelos separatistas. Ele disse que eles também não notaram muitas mudanças nas últimas semanas, apesar de todas as manchetes sobre escaladas, e não estão pensando em deixar a área. “Eles estão onde querem estar.”

Já o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, preterido por “Yats” na nomeação pela subsecretária de Estado Victoria Nuland, no golpe de 2014, naquele telefonema famoso, o do “Quero que a União Europeia se f****”, disse estar elaborando “planos de contingência, incluindo abrigos, procedimentos de evacuação e manutenção das comunicações”. Embora – é a CNN que faz a observação – “por enquanto nada parece fora do comum”.