CIA: “não há evidência de que China usa dados do Tiktok”
A Agência Central de Inteligência (CIA) não conseguiu sustentar as acusações de Trump e desmentiu suas invenções sobre a existência de “evidências” de que a China estaria utilizando dados do TikTok – aplicativo da empresa chinesa ByteDance – para fins de espionagem.
“Sim, os analistas da agência disseram à Casa Branca de que é possível que as autoridades de inteligência chinesa possam interceptar ou usar o aplicativo para ter acesso a telefones móveis. Porém, não há nenhuma evidência de que o tenham feito”, afirmou o relatório da CIA coletado no domingo (9) pela reportagem do The New York Times.
Nem mesmo a CIA, cujo nome é conhecido por atuar em todo tipo de provocações ilegais em qualquer canto do planeta, conseguiu dar sustentação às alegações de Trump. O republicano qualificou a rede social chinesa TikTok como “uma ameaça à segurança nacional, à política exterior e à economia” estadunidense. A CIA não pôde provar e nem sequer dar aval.
Na verdade, o presidente – candidato à reeleição e que vê sua popularidade despencar a cada dia – decretou em 6 de julho que baniria o aplicativo TikTok nos Estados Unidos em no máximo um mês e meio. O ultimato é para que a empresa se vá dos EUA, ou será vendida a uma empresa local. A data fixada é 15 de setembro, do contrário será banida do país.
Frente a ataques sem qualquer sustentação, a China já havia denunciado Trump por “abusar do conceito de segurança nacional”, e “agir como bandido” ao bloqueiar a atividade comercial da empresa chinesa Huawei. Nas palavras do porta-voz do chanceler chinês, Geng Shuang, “a politização dos problemas econômicos e comerciais é um hegemonismo típico, e a China se opõe fortemente a isso”.
O relatório da CIA veio à tona ao mesmo tempo em que se tornam públicas as fortes divergências dentro do governo estadunidense sobre a atabalhoada decisão de Trump.
Com quase um bilhão de usuários espalhados pelo planeta, a TikTok se transformou na mais recente ferramenta dos EUA contra a China, que rechaça a política de intimidação da Casa Branca e propõe que os EUA abandonem sua política de ingerência.
Diante da conduta norte-americana, os dois países se viram envolvidos numa guerra tarifária e comercial, tendo fechado consulados e mantido sérias disputas como as de Taiwan, apontada provocativamente por Trump como “farol da democracia”, posicionando-se abertamente contra o princípio de “uma só China”.