China testa 3,2 milhões para conter variante Delta em Putian
A cidade de Putian, no sul da China, ordenou testes de Covid-19 em 3,2 milhões de pessoas na terça-feira (14) no esforço de conter um novo foco de casos de variante Delta.
Todos os habitantes da cidade, que fica na província costeira de Fujian, serão testados após a confirmação de mais de 100 casos que podem estar vinculados a uma pessoa que retornou de Cingapura. As equipes de testagem estão trabalhando 24 horas por dia.
O transporte público foi suspenso na cidade, e bares, cinemas e outras instalações foram fechados.
Equipes médicas de cidades vizinhas foram enviadas para ajudar nos testes, com voluntários sendo mobilizados para fornecer necessidades diárias aos idosos e outras pessoas necessitadas, e vários departamentos governamentais juntaram-se aos esforços para prevenir a propagação do vírus.
Porta-voz provincial relatou que o governo desencadeou uma operação de big data epidêmico imediatamente após o surto ter sido registrado na sexta-feira, com o trabalho de triagem e análise de registro de viagens de pessoas nas áreas-chave realizado dia e noite, para ajudar os departamentos de saúde locais a cruzar as informações das pessoas cujos testes deram positivo.
Embora menos pessoas e veículos tenham sido vistos em Putian na segunda-feira, os moradores locais disseram que a cidade não foi fechada.
Depois de controlar a pandemia com epicentro em Wuhan no ano passado, a China havia contido em julho um surto de variante Delta em Nanjing, que se espalhou por quatro províncias em apenas três dias depois de ter sido relatado pela primeira vez. Os casos de Fujian estão confinados na província até agora.
Segundo as autoridades chinesas, 36 crianças foram infectadas. Como na China a maioria das crianças mora com os avós, a preocupação é com o risco de casos mais graves em idosos, que possam não ter sido vacinados devido a problemas de saúde subjacentes.
A epidemia de transmissão local de Putian tem principalmente duas cadeias de transmissão – uma relacionada à Escola Primária de Putou e outra à fábrica de calçados Xiesheng. A testagem no condado de Xianyou, onde a escola e a fábrica de calçados estão localizadas, começou já na segunda-feira.
A fonte suspeita do surto é o pai de um aluno que esteve em Cingapura e voltou em agosto, mas deu positivo em setembro depois de cumprir todos os requisitos de quarentena. O que gerou especulações sobre incubação prolongada e pedidos de quarentena mais longa.
Seu filho de 12 anos e um colega de turma foram os primeiros infectados após a volta das aulas.
Epidemiologistas contatados pelo Global Times notaram que uma incubação tão longa raramente é vista e o surto pode ter começado de outras fontes ou o teste pode ter falhado em detectar a variante Delta.
Uma equipe de pesquisa da Universidade de Lanzhou previu na segunda-feira que, sob a atual política de resposta de nível II, o surto na cidade de Putian seria controlado por volta de 26 de setembro, com os pacientes confirmados cumulativos durante este surto provavelmente ficando entre 214 e 322.
Caso o nível de resposta for reduzido para o nível III ou ainda houver cadeias de infecção não detectadas, o surto em Putian seria controlado por volta de 4 de outubro, com casos confirmados de cerca de 529, disse a equipe de pesquisa ao Global Times. A equipe também disse que a previsão é preliminar e será atualizada com base no andamento do surto.
A estratégia de tolerância zero à Covid faz com que a China, com 1,4 bilhão de habitantes, o país mais populoso do mundo e onde primeiro eclodiu a pandemia, tenha registrado pouco mais de 4,8 mil mortes e 107 mil casos sintomáticos. A China já aplicou mais de 2 bilhões de doses de suas vacinas contra a Covid-19 e tem 67% da população completamente imunizada.