China será o 1º país a usar laser em rede de comunicação, diz jornal
De acordo com jornal South China Morning Post, de Hong Kong, a China pode se tornar a primeira nação a possuir uma rede de comunicação a laser com cobertura global, depois de bem sucedido experimento pioneiro de comunicação em alta velocidade, em que lasers substituíram os sinais de rádio habituais, na troca de dados entre estações terrestres na Terra e satélites de seu sistema de navegação Beidou.
O Beidou é a maior rede global de navegação por satélite do mundo, com mais satélites em órbita do que o GPS. O avanço chinês na comunicação a laser mereceu destaque do portal russo Sputnik.
Por esse método, um satélite pode enviar dados para o solo a vários gigabytes por segundo, em vez dos kilobytes de atualmente, segundo reportagem do jornal chinês. Descoberta que, conforme a publicação, abre caminho para que a China venha a se tornar “a primeira nação a possuir uma rede de comunicação a laser com cobertura global”.
O anúncio da descoberta acontece poucos dias após a NASA anunciar que lançará no mês que vem um satélite experimental para conduzir experimentos semelhantes, testando a transmissão de dados via laser a 2,8 GB por segundo.
Ou seja, a intensa disputa pela liderança nos avanços tecnológicos entre China e EUA agora abrange também essa corrida para estabelecer redes de comunicação a laser no espaço.
Os satélites do sistema Beidou normalmente se conectam aos usuários terrestres por sinal de rádio, que pode transmitir apenas mensagens de texto curtas devido à limitada largura de banda.
Um milhão de vezes mais rápido
Agora, com o uso do laser, a rede pode transmitir dados um milhão de vezes mais rápido para quase qualquer local e a qualquer momento. A comunicação a laser oferece largura de banda mais ampla, é menos vulnerável a ser violada por espiões ou bloqueada durante uma guerra eletrônica, e usa uma tecnologia mais leve e compacta.
A busca pela comunicação a laser usando satélites existe desde a década de 1960. Apesar de terem lançado vários programas de pesquisa dessa tecnologia, EUA, Japão e alguns países europeus não deram conta de resolver alguns dos problemas práticos que surgiram.
Um grande desafio era a atmosfera: as moléculas de ar podiam absorver ou refletir a luz, resultando em muito poucas partículas de luz atingindo a estação terrestre. A turbulência também pode distorcer ou abalar os feixes de laser ao ponto em que os sinais de luz se tornam muito borrados para serem lidos, especialmente em áreas urbanas com intensa atividade humana.