China: “sanções dos EUA contra países dificultam combate à Covid”
O governo da China denunciou que as sanções unilaterais dos Estados Unidos impostas contra vários países fragilizaram o combate internacional à pandemia e contribuíram para a propagação da infecção em todo o mundo.
“Em um momento crítico quando a Covid-19 se espalhou globalmente […] todos os países deveriam trabalhar juntos para responder à pandemia e manter a segurança da saúde pública global. No entanto, o governo dos Estados Unidos ainda impôs sanções unilaterais a países como Irã, Cuba, Venezuela e Síria, o que tornou difícil para esses países obterem os suprimentos médicos anti-pandêmicos necessários em tempo hábil”, afirmou o relatório intitulado Relatório sobre Violações de Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2020, elaborado pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China, e divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Global Times.
Sobre a pandemia, o relatório assinalou a incapacidade do governo Trump em controlar a onda de casos dentro do seu próprio país, ainda que o apregoem ser o que possui “mais abundantes recursos médicos e capacidade de saúde”.
E constatou que a resposta dos EUA diante do vírus “foi caótica, levando-os a liderar o mundo no número de casos confirmados de Covid-19 e mortes relacionadas” e que “a inação do governo conduziu à propagação descontrolada da pandemia”.
Além das sanções e da atuação dos Estados Unidos perante a pandemia, o documento também cita uma série de outras ações norte-americanas que agrediram os direitos humanos, dos quais se dizem os maiores defensores.
“Os grupos de minorias étnicas sofreram discriminação racial sistemática e estão em uma situação difícil. Pessoas de cor representam cerca de um terço de todos os menores de 18 anos nos Estados Unidos, mas dois terços de todos os menores presos no país. Os afro-americanos têm três vezes mais chances do que os brancos de serem infectados com o coronavírus, duas vezes mais chances de morrer de Covid-19 e três vezes mais chances de serem mortos pela polícia. Um em cada quatro jovens asiático-americanos foi alvo de intimidação racial”, detalhou.
Os incidentes de comércio de armas e tiroteios atingiram um recorde nas últimas semanas e o Relatório informou que: “Os norte-americanos compraram 23 milhões de armas em 2020 no contexto de uma epidemia fora de controle, acompanhada por protestos por justiça racial e conflitos eleitorais, um aumento de 64% em comparação com 2019. Os compradores de armas pela primeira vez ultrapassaram os 8 milhões. Mais de 41.500 pessoas foram mortas em incidentes com tiroteios nos Estados Unidos no ano, uma média de mais de 110 por dia, e houve 592 tiroteios contra massas em todo o país, uma média de mais de 1,6 por dia”.
Sobre um dos crimes de racismo mais bárbaros documentados, o relatório registrou que “George Floyd, um afro-americano, morreu após ser brutalmente apertado em seu pescoço por um policial branco, gerando um clamor nacional. Protestos generalizados por justiça racial eclodiram em 50 estados. O governo dos EUA reprimiu os manifestantes à força e mais de 10.000 pessoas foram presas. Um grande número de jornalistas foram agredidos e presos sem motivo”.
E concluiu mostrando que nos Estados Unidos “o fosso entre ricos e pobres aumentou, com as pessoas na base da sociedade vivendo na miséria. A epidemia gerou desemprego em massa. Dezenas de milhões de pessoas perderam a cobertura do seguro saúde. Um em cada seis americanos e uma em cada quatro crianças americanas correm o risco de passar fome. Grupos vulneráveis se tornaram as maiores vítimas da resposta imprudente do governo à epidemia”.
“O governo dos Estados Unidos, em vez de analisar seu péssimo histórico de direitos humanos, continuou fazendo comentários irresponsáveis sobre a situação dos direitos humanos em outros países, expondo seus padrões duplos e hipocrisia em relação a estes direitos. Em uma nova encruzilhada, a humanidade se depara com novos e graves desafios. Espera-se que o lado norte-americano mostre humildade e compaixão pelo sofrimento de seu próprio povo, abandone a hipocrisia, o bullying, e os padrões duplos e trabalhe com a comunidade internacional para construir um futuro compartilhado para a humanidade”, instou.