Testes são realizados em toda a população de Qingdao

A cidade portuária de Qingdao, na província de Shandong, no leste da China, informou que testará toda a sua população – mais de 9 milhões de pessoas – para o Covid-19, depois das autoridades terem detectado seis doentes assintomáticos num hospital designado para tratar viajantes oriundos do exterior com resultados positivos.

A Comissão de Saúde da China informou que o país diagnosticou 13 casos de Covid-19, entre os quais os seis de Qingdao, nas últimas 24 horas, pondo fim a 57 dias consecutivos sem infecções domésticas.

Os sete casos restantes, todos importados, foram diagnosticados no município de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Mongólia Interior (noroeste) e Sichuan (centro).

O teste cobrirá a cidade em cinco dias, e mais de um milhão de amostras já foram coletadas.

Um caso assintomático foi o de um motorista de táxi cuja esposa trabalhava no hospital e também estava infectada, informaram confirmando o acompanhamento minucioso da doença.

O Hospital Qingdao Chest foi bloqueado, bem como o departamento de emergência de seu hospital central, visitado pelo taxista. Prédios que abrigam indivíduos infectados também foram fechados como parte das medidas de contenção de vírus da cidade. Todos os contatos próximos foram colocados em quarentena e estão sob observação. A comunidade de Loushanhou, onde o hospital de tórax está localizado, foi designada como área de risco médio para o coronavírus.

A Comissão Nacional de Saúde da China enviou um grupo de trabalho a Qingdao para orientar o controle da epidemia de COVID-19.

As novas infecções surgiram logo depois que a China completou seu feriado de comemoração dos 71 Anos de fundação da República Popular, durante o qual milhões de pessoas viajaram pelo país e no exterior. De acordo com a Administração de Cultura e Turismo de Qingdao, a cidade recebeu um total de 4,48 milhões de viajantes durante o feriado.

Uma exposição comercial e de investimentos em Qingdao organizada pela Organização de Cooperação de Xangai e programada para o fim de semana de 16 a 18 de outubro foi adiada devido à necessidade de prevenção e controle da epidemia COVID-19, disseram os organizadores.

A campanha de testes em massa de Qingdao não é a primeira da China. Parte da razão pela qual há pouquíssimos casos de transmissão local do vírus na China é esse implacável esforço no rastreamento de possíveis casos, com isolamento daqueles sob suspeita. Chegou-se a testar os mais de 10 milhões de residentes da cidade de Wuhan.

Após um contágio em Pequim, em junho, foram realizados 2,3 milhões de testes em uma semana. Hoje, o país conseguiria testar 5 milhões de pessoas por dia.

A luta de oito meses contra o coronavírus, com mais de 1,4 bilhão de pessoas envolvidas, fez da China o primeiro grande país a voltar aos poucos ao normal e a primeira grande economia a retomar o crescimento, como enfatizou o jornal Global Times.

Como no segundo trimestre a China já teve um crescimento de 3,2% em relação ao ano anterior, o país, apesar do fechamento no primeiro trimestre, não chegou a entrar em recessão.