Robôs chineses usados para desinfecção de hospitais e medir temperaturas

A China divulgou na terça-feira (28) um plano de cinco anos para liderar em manufatura inteligente e robótica, com meta de que mais de 70% das grandes empresas chinesas tenham seus processos produtivos digitalizados até 2025, enquanto na robótica – nos últimos oito anos o país tem sido o maior consumidor de robôs industriais do planeta – irá dobrar a “densidade de robôs” e se tornar um centro global de inovação, fabricação e aplicação de tecnologia no setor.

O plano foi anunciado pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) e sete outros departamentos. Promete, ainda, fortalecer a pesquisa em tecnologias-chave, como inteligência artificial, 5G, big data e computação de ponta.

“O nível de desenvolvimento da manufatura inteligente está relacionado à posição global da indústria manufatureira da China no futuro”, disse o comunicado do MIIT.

Ainda segundo o plano, mais de 500 instalações de manufatura inteligente de demonstração serão construídas em todo o país.

Quanto à robótica, a China estabelecerá de três a cinco zonas da indústria e dobrará a intensidade de fabricação de robôs. A taxa de crescimento anual da receita do setor deve ultrapassar 20%, de acordo com o plano.

O campo de aplicação dos robôs industriais abrange 52 categorias da indústria, incluindo automóveis, eletrônicos, metalurgia, indústria leve, petroquímica e medicina, mostraram dados oficiais.

De acordo com a Federação Internacional de Robótica, medido pelo número de unidades por 10.000 trabalhadores, a China ficou em nono lugar em densidade de robôs em 2020, ante o 25º lugar cinco anos antes.

Sua densidade no ano passado foi de 246 por 10.000, atrás da Coreia do Sul, que tem uma densidade atual de 932 e está em primeiro lugar desde 2010. No entanto, o nível da China estava bem acima da média global de 126 e perto dos 255 dos EUA.

Conforme o Global Times, o setor de robótica da China formou “uma cadeia industrial completa, variando de peças a máquinas completas e aplicações integradas”, mais ainda “há lacunas” e é preciso aprimorar a qualidade, estabilidade e confiabilidade dos componentes principais para máquinas completas de alto desempenho.

O nível de rede digital na indústria de manufatura da China melhorou significativamente durante o período do 13º Plano Quinquenal (2016-20). Por exemplo, o mercado doméstico de equipamentos de manufatura inteligentes tem uma taxa de satisfação de mais de 50%, e mais de 70 plataformas industriais de Internet com certa influência foram cultivadas.

A China também revelou um plano de cinco anos para serviços de software e tecnologia da informação, para a indústria da informação (incluindo segurança da informação) e computação em nuvem, e para a indústria de equipamentos médicos.

Em 2025, o valor agregado das principais indústrias da economia digital representará 10% do PIB da China, ante 7,8% em 2020, de acordo com o plano.

Para Zhang Xiaorong, diretor do Instituto de Pesquisa de Tecnologia de Ponta de Pequim, em comparação com países líderes como EUA, Alemanha e Japão em manufatura inteligente, a China ainda precisa se atualizar em software e infraestrutura industrial e superar o atraso em componentes essenciais como chips.

Outros países têm desenvolvido políticas para a robótica e manufatura inteligente. A Casa Branca em 2018 lançou uma Estratégia para a Liderança Americana em Manufatura Avançada com o objetivo de garantir a posição de liderança dos EUA.

No ano seguinte, foi a Alemanha que apresentou a versão final de sua “Estratégia Nacional da Indústria para 2030”, sob a qual o primeiro pilar é “melhorar as condições estruturais” para a Alemanha como centro industrial.