Produção da Coronavac no laboratório em Pequim

Mais de um milhão de pessoas já foram vacinadas na China com os imunizantes aprovados em meados deste ano, para uso emergencial: o Coronavac do laboratório Sinovac e mais duas vacinas do laboratório Sinopharm.

As três vacinas utilizam o método tradicional de inoculação de restos desativados do vírus para que o corpo humano reconheça a ameaça e aprenda a fabricar anticorpos específicos contra ela. Tanto a Sinovac como a Sinopharm disseram não ter detectado efeitos secundários relevantes entre os vacinados.

O governo chinês assinalou que até o final do ano haverá 600 milhões de unidades disponíveis, e um bilhão no ano que vem.

Dentro do país, vários governos locais já começaram a apresentar seus pedidos de vacinas como forma de prevenção, mesmo o vírus já sendo quase totalmente controlado. A província de Sichuan, que detectou cinco contágios locais na cidade de Chengdu, com 16 milhões de habitantes, anunciou que imunizará dois milhões de trabalhadores em atividades de risco ao longo deste mês de dezembro.

O presidente Xi Jinping disse que as vacinas chinesas serão “um bem público global” e se colocou à disposição para contribuir com os países que necessitarem. A Indonésia, que participou da fase 3 da Coronavac, acaba de receber 1,2 milhão de doses de concentrado para sua fabricação local, e no mês que vem obterá mais 1,8 milhão de doses, de um total de 50 milhões acordados.

“Devemos estar preparados para uma produção em grande escala”, afirmou a vice-primeira-ministra Sun Chunlan durante uma visita às instalações dos principais fabricantes. Sun, que fiscalizou a maior parte das operações de controle do vírus desde que a pandemia começou, anunciou na semana passada planos para vacinar, ainda este mês, os trabalhadores de setores de risco, área que, segundo o Centro de Controle de Doenças da China, pode beirar os 18,5 milhões de pessoas.

As vacinas chinesas apresentam vantagens em relação aos outros imunizantes que usam moléculas de RNA. São mais fáceis de transportar e armazenar, pois só exigem uma temperatura de 2º C a 8º C, diferente das temperaturas extremamente negativas necessárias para preservar com segurança os produtos da Pfizer e da Moderna. As chinesas são também bem mais baratas: pouco mais de 150 reais pelas duas doses necessárias contra os mais de 300 reais da Moderna, por exemplo.