A moderna Xangai vista de uma das margens do rio Huangpu

China, única grande economia do mundo a registrar crescimento no ano afetado pela pandemia, viu seu Produto Interno Bruto (PIB) aumentar 2,3% em termos anuais, atingindo 101,60 trilhões de yuans (US$ 15,42 trilhões) em 2020, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados na segunda-feira (18).

O desenvolvimento supera a previsão do FMI, de que o país cresceria 1,9% no último ano. Para isso, a economia chinesa se apoiou em resultados positivos como o obtido no 4º trimestre, quando o PIB chinês cresceu a uma taxa de 6,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, mostrando um aumento frente ao avanço de 4,9% no 3º trimestre e compensando a situação mais complicada do início do ano, resultado, entre outros fatores, da vitória sobre a propagação do vírus Covid-19..

O Banco Mundial estima um tombo da 4,3% na economia global em 2020.

O êxito obtido representou um novo marco econômico para a economia chinesa, já que o PIB per capita do país passou dos US$ 10 mil [53.000 reais] pela primeira vez na história. No Brasil, o PIB per capita, que é a soma de tudo o que país produz dividido pela população, ficou em R$ 7.559 em 2020, de acordo com cálculos da consultoria LCA.

O avanço também ocorreu em paralelo ao momento em que a China registrou uma vitória decisiva no alívio da pobreza e fez avanços históricos na construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos, com a retirada dos últimos 9 condados da província de Guizhou da lista oficial da pobreza absoluta, em 24 de novembro passado.

“Estas conquistas mostram que as forças econômicas, científicas e abrangentes da China deram mais um grande salto”, afirmou Ning Jizhe, chefe do DNE.

Para 2021, a projeção é de uma alta de 7,9% do PIB da China em um quadro provável crescimento de 4% na economia mundial.

O mercado de trabalho da China permaneceu estável em 2020 e a taxa de desemprego nas áreas urbanas ficou em 5,6%, também aí um avanço se considerada a meta anual do governo de 6%, de acordo com dados oficiais. No ano passado, 11,86 milhões de novos empregos urbanos foram criados, cumprindo 131,8% da meta estabelecida para o ano inteiro.

Com um crescimento que partiu de um patamar de 10 trilhões de yuans (cerca de 10% do PIB atual) há 20 anos, a economia da China é agora responsável por cerca de 17% da global, observou Ning em coletiva de imprensa, atribuindo o crescimento ao progresso nas produções agrícolas, fundamentalmente de grãos e da indústria e do progresso na infraestrutura com destaque para a construção ferroviária de alta velocidade, além dos avanços em tecnologias a exemplo da 5G.

A superação do limiar de 100 trilhões de yuans também é um dado importante para a China em seu objetivo de construir plenamente um país socialista moderno, assinalou Ning.