Cientistas chineses descobriram o artemisinin, derivado da planta que é muito efetivo no tratamento da malária

A China foi oficialmente reconhecida como livre da malária pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após um esforço de 70 anos. A OMS saudou isso como um “feito notável” e um sucesso conquistado a duras penas após décadas de ações direcionadas e sustentadas.

Ainda mais notável por ter sido concretizado em meio à pior epidemia em um século. De 30 milhões de casos na década de 1940 para zero casos agora, em um país com 1,4 bilhão de habitantes. A conquista coincide com os 100 anos de fundação do Partido Comunista da China (PCCh).

“O esforço incansável da China para alcançar este marco importante demonstra como o forte compromisso político e o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde pode resultar na eliminação de uma doença que já foi um grande problema de saúde pública”, disse Takeshi Kasai, diretor regional do Escritório Regional do Pacífico Ocidental da OMS.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse a que a eliminação da malária é um feito notável do esforço de saúde da China e outra grande conquista na causa dos direitos humanos na China, após a eliminação da pobreza absoluta.

Para Gao Qi, presidente do Grupo Nacional de Especialistas da Malária e membro do Comitê Consultivo de Políticas de Malária da OMS, “é um milagre histórico erradicar a malária em um país com 1,4 bilhão de pessoas que relatava 30 milhões de casos da doença anualmente nos anos 1940”.

A China não via nenhum caso de malária transmitido localmente desde 2017, garantindo a credencial de ‘livre de malária’ da OMS.

“A China começou a traçar planos práticos anuais e em fases para controlar e erradicar a malária em 1956”, detalhou Gao. “Uma liderança forte garantiu que esses planos fossem bem executados e implementada em cada nível de governo, e cada tarefa foi atribuída a cada trabalhador de base individual”, acrescentou.

O vice-diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pequim, Wang Peiyu, disse ao Global Times que o marco é outro grande problema de saúde pública que a China superou após a varíola, alcançada por meio de governança forte, profissionais médicos dedicados e tecnologia avançada.

Os esforços da China contra a malária começaram na década de 1950, quando a doença se espalhou nas partes do sul do país, próximas a outros pontos críticos no sudeste da Ásia continental.

Nas últimas duas décadas, a China intensificou seus esforços e reduziu o número de casos de 117.000 na década de 1990 para 5.000 por ano, fornecendo treinamento de pessoal, equipamento de laboratório, medicamentos e novos métodos para controlar a propagação do mosquito, segundo a agência de notícias Xinhua.

As fortes capacidades da China contra as principais doenças infecciosas refletem-se desde a eliminação da malária até o combate à COVID-19.

Seja eliminando a malária ou lutando contra o coronavírus, a China adotou um plano nacional que coordena os esforços de todos os níveis de governo e envolve ampla participação da comunidade.

Quando um paciente é encontrado, o país implementa recursos para rastreá-lo, detectar e controlar as fontes de infecção, antes que a doença tenha a chance de se espalhar em uma escala mais ampla, disse Gao.

A estratégia “1-3-7” que foi levantada pela primeira vez por Gao – um dia para relatar um caso, três dias para confirmar um caso e sete dias para evitar a propagação – foi uma das ferramentas de sucesso, e ainda é usada para viajantes vindos de países infectados com malária.

A erradicação da malária na China foi impulsionada pela meta de erradicação da doença estabelecida pela OMS. É o objetivo universal que torna possível a China acabar com as doenças infecciosas.

Quanto à COVID-19, o fim completo da doença não é promissor em todo o mundo, porque não há uma meta universal para isso enquanto alguns países estão apenas ocupados em politizar a questão, disse Gao, pedindo uma meta global unificada para abordar a doença infecciosa.

Enquanto houver um país com pacientes com Covid-19 que não tome medidas eficazes contra ela, a pandemia não terá fim, advertiu.

A China tem colocado sua vasta experiência no controle e eliminação da malária à disposição de outros países. Segundo Wang, a China continuará a fortalecer a cooperação para a erradicação da malária com os países africanos, bem como a trabalhar com os países vizinhos, incluindo Mianmar, Vietnã e Laos. Há planos para apoiar os países africanos na erradicação da malária com o envio de equipes médicas especializadas.