Encontro de ministros do Exterior da região para tratar da crise no Afeganistão

A China anunciou o envio de três milhões de vacinas além de alimentos e outros bens básicos ao Afeganistão, como parte de ajuda humanitária de emergência.

O anúncio da ajuda emergencial e das vacinas foi feita pelo ministro das Relações exteriores Wang Yi durante a cúpula virtual entre a China e outros cinco países vizinhos do Afeganistão, realizada na quarta-feira para coordenar esforços de ajuda humanitária e prevenção do terrorismo e narcotráfico.

Wang disse aos ministros das Relações Exteriores do Paquistão, Irã, Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão que todos os vizinhos do Afeganistão devem cooperar em vários campos, incluindo a prevenção da epidemia Covid-19, a manutenção das fronteiras abertas, o fortalecimento da gestão dos refugiados, a entrega de ajuda humanitária, o aprofundamento da cooperação contra o terrorismo e operações antidrogas.

No encontro virtual, Wang também assinalou que o futuro do Afeganistão ainda está “cheio de incertezas” porque o governo é “interino”, quando havia a expectativa de um governo inclusivo, representativo dos componentes étnicos e políticos do país. Com exceção de dois, todos os membros já anunciados do novo governo afegão provêm das fileiras do próprio Talibã, isto é, da etnia pashtun.

O Irã já se pronunciara sobre a questão, alertando os “irmãos afegãos” de que só um governo inclusivo traria paz e estabilidade.

Na quinta-feira, o porta-voz do Talibã, Suhail Shaheen, disse ao Global Times que há negociações em curso com outros políticos afegãos e que outras pessoas de fora do atual gabinete poderão vir a integrar o novo governo afegão.

Como a crise alimentar está se aproximando no Afeganistão, o porta-voz disse que os afegãos estão enfrentando uma crise humanitária e ele espera que países amigos, incluindo seus países vizinhos, se apresentem e ajudem o povo do Afeganistão neste momento crucial.

O ministro das Relações Exteriores da China acrescentou que “os Estados Unidos e aliados deveriam assumir a obrigação de prover ajuda econômica e humanitária ao povo afegão porque eles são os criadores dos problemas que o Afeganistão vive hoje”.