Estatal Roscosmos e a agência espacial chinesa anunciam cooperação para estação lunar aberta a todos os países.

Rússia e China assinaram um memorando de entendimento para a construção conjunta de uma estação lunar internacional de pesquisa, anunciaram a estatal russa espacial Roscosmos e a Agência Espacial Nacional da China (CNSA). O documento foi assinado por Dmitry Rogozin, pela Roscosmos, e por Zhang Kejian, pela CSNA, em nome dos respectivos governos, em cerimônia por videoconferência na terça-feira (9).

“A empresa estatal Roscosmos e CNSA … contribuirão para a cooperação na criação de uma estação lunar internacional de acesso aberto a todos os países interessados e parceiros internacionais, com o objetivo de fortalecer a interação da pesquisa científica, promovendo a pesquisa e usando o espaço exterior para fins pacíficos em interesse de toda a humanidade”, disse a estatal espacial russa em um comunicado.

Como registrou a CNSA, “os dois lados vão defender o princípio de consulta conjunta, construção e compartilhamento, para impulsionar a cooperação em relação à construção da estação de pesquisa internacional na Lua”. O projeto visa aumentar o intercâmbio científico e injetar ímpeto para a exploração e uso pacífico do espaço pelos seres humanos, acrescenta o comunicado.

A estação lunar científica e de pesquisa internacional será uma base abrangente para experimentos autônomos de longo prazo, fornecendo uma plataforma com a tarefa de permitir a exploração e o uso da Lua e uma série de experimentos científicos básicos e projetos de verificação de tecnologia na superfície lunar ou na órbita lunar, enfatizou a agência espacial chinesa.

Usando a experiência acumulada em ciência espacial, P&D e uso de equipamento espacial e tecnologia espacial, a China e a Rússia formularão em conjunto o roteiro para a construção da estação lunar, trabalharão estreitamente no planejamento, projeto, implementação e operação da estação, o que também inclui a promoção do projeto junto à comunidade aeroespacial internacional.

Em novembro de 2017, Roscosmos e CNSA assinaram um programa de cooperação espacial para 2018-2022. Compreende seis seções: o estudo da Lua e do espaço profundo, ciência espacial e tecnologias relacionadas, satélites e seu uso, base de componentes e materiais, cooperação nos dados de sensoriamento remoto da Terra e outras questões.

Como sucessora da União Soviética, a Rússia tem um histórico de envio de naves ao planeta da Terra, enquanto o programa chinês é mais recente, mas com grandes conquistas. Como a primeira nave a descer no lado oculto da Lua e a primeira operação de coleta de pedras lunares e seu transporte de volta à Terra em 44 anos, assim como a nave que está em órbita de Marte.

O programa espacial chinês continua se desenvolvendo a passos largos e o país planeja enviar 12 pessoas ao espaço até 2023, como parte da construção da estação orbital chinesa, relatou no sábado Yang Liwei, astronauta pioneiro da China e atualmente engenheiro-chefe adjunto do programa de voos tripulados. A estação orbital chinesa deverá ser inaugurada em 2022.

A China foi excluída do projeto da Estação Espacial Internacional (ISS) na década de 1990, por pressão de Washington. Desde então realizou grandes feitos em seu programa espacial e tem mantido a cooperação com russos e europeus.