O voo da Aerolíneas Argentinas com destino à China para trazer insumos médicos e material de uso preventivo aterrissou em Auckland, dia 16, para fazer a primeira escala para reabastecer e seguir viagem.  O avião é um Airbus 330-200 recondicionado para transporte de cargas pelo governo da Província (nosso equivalente a Estado) de Buenos Aires.

Com este avião chegarão à Argentina 13 toneladas de insumos críticos incluindo material sanitário e de proteção, para as atividades ligadas à prevenção e combate contra o Covid-19. O avião decolou às 18:30 desta quinta-feira para cumprir esta etapa. A operação está prevista para durar 55 horas, com seis horas de trabalho de embarque do material em Xangai.

A tripulação tem 17 pessoas, entre pilotos, técnicos em aeronáutica, despachantes, e pessoal operacional. Os tripulantes ficam dentro da aeronave (para que sejam cumpridas as normas de isolamento devido ao coronavírus) e, portanto, comem e dormem dentro do avião.

Pablo Biró que é secretário-geral da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA) e que é um dos que pilotam a aeronave, afirmou, assim que o avião aterrissou em Auckland: “É um orgulho para os trabalhadores da Aerolíneas ajudar o país”.

O presidente da Aerolíneas Argentinas, Pablo Ceriani, destacou que “trata-se de feito inédito na história da companhia. Quero felicitar a todos os profissionais da empresa pelo trabalho realizado para habilitar, readequar e preparar estas etapas de voo especial a serviço do país e em benefício a todos os argentinos”.

Uma vez na China e com todos os insumos carregados, o avião fará nova escala em Auckland e deve aterrissar durante o fim de semana que vem na Argentina com material urgente contra o vírus.

O presidente da China, Xi Jinping, manteve uma conversa telefônica com Cristina Kirchner para tratar da ajuda solicitada pela vice-presidente.

O mandatário chinês lhe relatou que durante sua juventude, como membro das brigadas revolucionárias de Mao Tsé-Tung, sendo um camponês, teve que sobreviver em um buraco no seu pequeno povoado de Liangjiahe junto a sua família na China central que naquele momento sofria com um atraso econômico e uma guerra civil.

Xi Jinping recordou do pouco que tinham para comer em meio à penúria que teve que passar.

Ele contou a Cristina que a primeira vez que sua família teve uma comida decente em anos, foi de algumas latas de alimento que chegaram a eles da Argentina, em uma doação do Partido Justicialista como ajuda à resistência do povo chinês.

Algo que o atual presidente jamais esqueceu. Hoje a República Popular da China doou à República Argentina 13 toneladas de insumos médicos e 1.500 respiradores.

Nas caixas das doações se pode ler a frase do clássico personagem argentino Martin Fierro: “Que os irmãos sejam unidos, essa é a lei primeira” e ainda, em mandarim: “Em agradecimento ao povo que alimentou a um garoto pobre e camponês que hoje quer lhes retribuir”.