Zhao Lijian, porta-voz da Chancelaria chinesa, destaca: ‘fim do bloqueio é apelo da comunidade internacional

A China declarou que os Estados Unidos devem suspender imediatamente o bloqueio imposto a Cuba de acordo com a recente resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas a esse respeito, conforme anunciou o porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em entrevista coletiva na quinta-feira (24).

“Convocamos os EUA a suspenderem todas as restrições econômicas e financeiras advindas do bloqueio. É um apelo comum de toda a comunidade internacional”, afirmou o porta-voz chinês, instando que Washington desenvolva relações bilaterais adequadas em conformidade com a Carta da ONU, o que contribuiria para a manutenção da paz e estabilidade na região.

O anúncio foi feito sublinhando que a resolução nesse sentido foi apoiada no dia anterior, quarta-feira (23), por 184 países-membros das Nações Unidas, enquanto apenas dois países – Israel e Estados Unidos – votaram contra e três se abstiveram, inclusive e vergonhosamente o Brasil conforme indicado pelo governo Bolsonaro.

“A Assembleia Geral adotou 29 vezes seguidas resoluções que requerem o cancelamento do bloqueio econômico e financeiro de Cuba”, assinalou o diplomata. “No entanto, é lamentável que estas decisões não tenham sido postas em prática durante muitos anos”, adicionou.

Desde 1992, Cuba tem apresentado anualmente à Assembleia Geral projetos de resoluções pedindo para cancelar o embargo dos EUA ao país, e a cada ano estas demandas recebem um apoio maior dos países-membros.

A administração Biden declarou em janeiro sua intenção de revisar a política a respeito de Cuba, logo depois que o ex-presidente, Donald Trump, endureceu o bloqueio comercial sobre a ilha e novamente incorporar o país à lista norte-americana de “patrocinadores do terrorismo”.

Na sua intervenção na ONU, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, denunciou que, entre outras medidas descabidas, que os EUA afetaram os esforços da Ilha para conter a pandemia e aliviar as consequências dela decorrentes. “Em 2020, Cuba, como o resto do mundo, teve que enfrentar os desafios extraordinários da pandemia Covid-19. O governo dos Estados Unidos fez do vírus um aliado em sua guerra não-convencional implacável; intensificou de forma deliberada e oportunista o bloqueio econômico, comercial e financeiro; e causou ao país perdas de cerca de 5 bilhões de dólares”, ressaltou.

O ministro cubano destacou o fato de que uma pequena ilha bloqueada ter desenvolvido cinco vacinas. “Pretendemos vacinar 70% da população durante este verão e o total antes do final do ano, apesar do bloqueio estar prejudicando fortemente a escala industrial dessas produções”, disse o diplomata cubano.