Representatives of signatory countries are pictured on screen during the signing ceremony for the Regional Comprehensive Economic Partnership (RCEP) trade pact at the ASEAN summit that is being held online in Hanoi on November 15, 2020. (Photo by Nhac NGUYEN / AFP) (Photo by NHAC NGUYEN/AFP via Getty Images)

Neste domingo (15), foi criado o maior tratado comercial do mundo, unindo a China e mais 14 países da Ásia e Oceania, abarcando uma área onde residem mais de 2,2 bilhões de pessoas. O tratado RCEP (Parceria Regional Econômica Abrangente pela sua sigla em inglês), que deixa de fora os Estados Unidos, envolverá um terço da atividade comercial do planeta.

Os participantes do acordo declararam que trabalham para que sua criação ajude os países a saírem mais rápido da crise aprofundada pela pandemia do coronavírus, supondo um maior grau de comércio de bens e serviços entre as partes e reforçando a proteção em áreas como o comércio eletrônico e a propriedade intelectual.

“O acordo apoia o sistema comercial multilateral, criando uma nova estrutura comercial na região, permitindo a facilitação do comércio sustentável, revitalizando as cadeias de abastecimento interrompidas pelo Covid-19 e ajudando na recuperação pós-pandêmica”, afirmou Nguyen Xuan Phuc, primeiro-ministro do Vietnã, “país-anfitrião” da cúpula online.

Segundo Phuc, as bem sucedidas negociações do RCEP enviam uma mensagem forte ao mundo, ao “reafirmar o papel de liderança em defesa do multilateralismo já esboçado na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), composta por Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja.”

Além dos membros da Asean, o tratado inclui China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Antes da reunião deste domingo, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, disse que transmitiria com firmeza o apoio de seu governo “à ampliação de uma zona econômica livre e justa, incluindo a possibilidade de um futuro retorno da Índia ao acordo, e a esperança de ganhar apoio de outros países”. A Índia, que participava da Asean, não se incorporou ao novo acordo por causa da oposição de vários partidos, mas a previsão é que se incorpore em breve.

A agência oficial chinesa Xinhua News Agency citou o primeiro-ministro Li Keqiang saudando o acordo como uma vitória do comércio justo, sem protecionismo das grandes potências.

“A assinatura do RCEP não é apenas uma conquista marcante da cooperação regional da Ásia Oriental, mas também uma vitória do multilateralismo”, disse Li.