“As medidas restritivas serão prejudiciais a todos”, advertiu Xi. Na foto, a videoconferência com os presidentes da China, da França e da Alemanha

O presidente chinês, Xi Jinping, realizou uma videoconferência nesta terça-feira (8) com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, em que afirmou a necessidade de estimular a que Rússia e Ucrânia “mantenham o ímpeto das negociações, superem as dificuldades e continuem as conversações para alcançar resultados e paz”.

Condenando a série de sanções adotadas pelos Estados Unidos e países da União Europeia (UE) contra a Rússia, Xi Jinping alertou que “terão impacto na estabilidade das cadeias financeiras, energéticas, de transporte e de suprimentos globais”. Ao fazê-lo, advertiu, “arrastarão a economia mundial, que está sob o pesado fardo da pandemia, e serão prejudiciais para todas as partes”.

Da mesma forma, que pediu aos dirigentes europeus a que  desempenhem “um papel ativo” na solução do sangrento conflito, “de acordo com as necessidades de todas as partes envolvidas”, o líder chinês defendeu empenho para garantir “a máxima moderação a fim de impedir uma escalada” no conflito. Uma crise, assinalou, que pode passar de “preocupante” a ficar “fora do controle”.

Diante do quadro atual, é necessário agir com a “máxima restrição” para evitar uma crise humanitária na Ucrânia, ressaltou Xi, reiterando que seu povo “está triste por ver as chamas da guerra reacendidas na Europa”.

De acordo com o presidente chinês, é necessário “defender ativamente um conceito de segurança comum, abrangente, cooperativo e sustentável”, bem como “um diálogo igualitário entre a Europa, a Rússia, os Estados Unidos e a OTAN”.

A China tem repetidamente condenado a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a leste como uma ameaça às “legítimas preocupações de segurança” da Rússia, mas disse apoiar a França e a Alemanha para que procedam de forma “equilibrada, eficaz e sustentável” em função da segurança europeia.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou na segunda-feira que o governo de Pequim estava disposto a continuar desempenhando um papel construtivo nas negociações de paz. “A relação China-Rússia é valorizada por sua independência. Estamos determinados [a manter o relacionamento] livre de interferência ou discórdia semeada por terceiros”, enfatizou.

No final da semana passada, o chanceler conversou por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e ressaltou que seu país se opõe à escalada da crise e às tentativas de atiçá-la.