Milhares de pessoas voltaram às ruas no Chile, na sexta-feira, 21, concentrando-se na Praça Itália, de Santiago, para protestar contra o governo de Sebastián Piñera.
As manifestações que começaram em 18 de outubro do ano passado tendo como estopim o aumento de 30 centavos na tarifa do metrô, logo depois se transformaram na exigência de profundas reformas sociais no país que, até ali, era considerado modelo pela aplicação radical das receitas neoliberais.
O governo, que está perto de cumprir dois anos no poder com os níveis mais baixos de popularidade desde que há registros (6%), foi obrigado a tomar algumas medidas, entre as quais a mais importante é a realização do plebiscito sobre a elaboração de uma nova Constituição que terá lugar no próximo dia 26 de abril.
Também houve manifestações em outros pontos do país, como na cidade de Antofagasta, no norte, onde milhares de pessoas marcharam pelas principais avenidas.
Em Santiago, de forma similar ao que acontece desde há mais de quatro meses, milhares de pessoas convocadas pelo movimento No + AFP (Não mais Administradoras de Fundos de Pensão – referindo-se às firmas financeiras privadas que usufruem do sistema de aposentadorias), partidos de oposição, sindicatos e outras organizações sociais, com faixas dizendo “PIÑERA ASSASSINO IGUAL A PINOCHET“, se congregaram no final da tarde nos arredores da praça rebatizada como “Praça da Dignidade”, com músicas, cânticos, cartazes, bandeiras e fantasias.
“Em 30 anos o Chile não vivia uma explosão de revolta popular como a que está vivendo agora”, disse, ao portal Sputnik, Esteban Maturana, dirigente da Confederação Nacional de Saúde Municipal (Confusam), afirmando que os chilenos continuarão nas ruas até que o governo saia da subserviência às regras das multinacionais.